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A partir desse entendimento, percebemos que os alunos começaram a se envolver cada<br />

vez mais, participando intensamente das ações propostas. Damo-nos conta, assim, de que a<br />

aprendizagem deve ser entendida como ação.<br />

Nesse sentido, as histórias passam a ser construídas em forma de narrativa. Não há<br />

experiência humana que não possa ser expressa nessa estrutura. Como salienta Roland<br />

Barthes (1993, apud JOVCHELOVITCH; BAUER, 2005, p.91),<br />

A narrativa está presente no mito, lenda, fábula, como, novela, epopéia,<br />

história, tragédia, drama, comédia, mímica, pintura, vitrais de janelas,<br />

cinema, histórias em quadrinho, notícias, conversação. Além disso, sob esta<br />

quase infinita diversidade de formas, a narrativa está presente em cada idade,<br />

em cada lugar, em cada sociedade; ela começa com a própria história da<br />

humanidade e nunca existiu, em nenhum lugar e em tempo nenhum, um<br />

povo sem narrativa. Não se importando com boa ou má literatura, a narrativa<br />

é internacional, trans-histórica, transcultural: ela está simplesmente ali, como<br />

a própria vida.<br />

Os textos narrativos produzidos contam uma história feita por esses alunos. Estes se<br />

sentiram produtores de narrativas, contando uma história, manifestando modos de pensar<br />

sobre o que vivenciam. Nesse aspecto, os alunos foram se apropriando do gênero textual FN.<br />

Para Dolz e Schneuwly (1999), a produção de textos orais e escritos se discute em três<br />

etapas: a noção de gênero, a prática de linguagem e a atividade de linguagem. Segundo os<br />

autores, as práticas de linguagem implicam dimensões sociais, cognitivas e linguísticas do<br />

funcionamento da linguagem em uma situação de comunicação particular. Interpretações<br />

dependem da identidade social dos atores e das representações que eles têm dos usos<br />

possíveis da linguagem e das funções que eles privilegiam de acordo com sua trajetória.<br />

Assim, as práticas sociais “são o lugar de manifestações do individual e do social da<br />

linguagem” (DOLZ; SCHNEUWLY, 1999, p.6).<br />

Além disso, as atividades de linguagem, de acordo com os autores, dentre as diferentes<br />

práticas humanas, funcionam como uma interface entre o sujeito e o meio e respondem a um<br />

motivo geral de representação-comunicação. E sempre têm sua origem nas situações de<br />

comunicação, desenvolve-se em zonas de cooperação social estabelecidas e atribui às práticas<br />

sociais um papel determinante na explicação de seu funcionamento. É o julgamento social que<br />

delimita as ações.<br />

Por fim, é por meio dos gêneros que as práticas de linguagem encarnam-se nas<br />

atividades dos aprendizes. A aprendizagem da linguagem se situa no espaço entre as práticas e<br />

as atividades.<br />

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