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outros atores escolares − a equipe gestora, os professores e os funcionários − apostaram em<br />

nosso trabalho. Para os alunos, aquilo também era motivo de comprometimento e orgulho.<br />

Também precisei retomar a explicação acerca do processo que seria feito para o script<br />

da FN, a construção das cenas com o que aconteceria em cada foto, cenário, falas etc.<br />

Voltamos para os personagens:<br />

Simone: Temos 20 personagens: Eduardo Fidegaia; Leonardo Beyce;<br />

homem com cachorro; braços e pernas; policial no local do crime; Kelly<br />

Walker; médico legista; quatro crianças jogando futebol; mulher da foto;<br />

quatro moradores; chefe de polícia; três policiais.<br />

Luana: São 25 alunos, mas dá pra todo mundo brincar e participar, a gente<br />

pode por mais gente nos colegas dos policiais...Se precisar colocar mais<br />

personagens a gente coloca, né Si?<br />

Simone: Sim, claro. (8ª D, 30/09).<br />

João quis ser o chefe da polícia e, assim, iniciaram-se as discussões. Essas foram bem<br />

tranquilas, os alunos falavam “eu quero ser tal”, “eu tal...”. Até quando dois alunos quiseram<br />

o mesmo personagem não houve problema nas decisões.<br />

O Jesser é um menino alto, bonito e todos queriam que ele fosse o Fidegaia, o assassino,<br />

mas ele resistiu:<br />

Jesser: Não vou ser não.<br />

Luana: Ah, Jesser, vamos.<br />

Jesser: Não. (8ª D, 30/09).<br />

Luana insistiu até que ele concordou. Mas, para esse aluno havia sempre algo de<br />

negativo, ora a roupa não era a de seu desejo, ora o nome não lhe agradava, por exemplo:<br />

“vou ter que usar terno? Porque não vou usar” (8ª D, 30/09).<br />

Jesser abriu um precedente para a discussão sobre as roupas dos personagens. Houve<br />

uma longa negociação e discussão sobre a vestimenta e a composição de cada um. Alguns<br />

alunos já se propunham a colaborar levando jaleco, coturno e roupas em geral. Outros já se<br />

dispunham a levar sangue artificial, máscaras etc. Dessa forma, ao discutir as roupas e os<br />

utensílios para a história, iam se apropriando dela e de seu encaminhamento. A história já<br />

pertencia ao imaginário deles, em que cada personagem já se constituía atrama da história.<br />

Essa etapa do trabalho −escolha de personagens, roupas, acessórios e autorizações −<br />

estava aparentemente resolvida. Por outro lado, nem todos os alunos estavam envolvidos do<br />

mesmo modo:<br />

Carol: Ai, que tédio!<br />

Luana: Calma Carol, o que eu posso fazer?<br />

Carol: Eu sei prô, mas que tédio.<br />

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