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De acordo com Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), os módulos constituídos por várias<br />

atividades ou exercícios dão-lhes instrumentos necessários para esse domínio. Isso porque os<br />

problemas colocados pelo gênero são trabalhados de maneira sistemática e aprofundados. A<br />

sequência é finalizada com uma produção final, que dá ao aluno a possibilidade de pôr em<br />

prática os conhecimentos adquiridos e, com o professor, avaliar os progressos alcançados.<br />

Na experiência com o gênero FN, reconhecemos o quanto os gêneros textuais são um<br />

termo de referência intermediário para a aprendizagem. Ou seja, o gênero pode ser<br />

considerado um instrumento capaz de fornecer suporte para a atividade nas situações de<br />

comunicação e uma referência para os aprendizes.<br />

Contar uma história não é tão simples quanto pode parecer, colocam-se algumas ações<br />

e/ou experiências em sequência, adicionam-se alguns personagens interagindo e atribui-se a<br />

eles personalidades. É preciso ainda colocar os fatos em uma ordem cronológica e com uma<br />

causalidade de acontecimentos, compondo o enredo.<br />

O enredo é o organismo que estrutura a narrativa, é ele que dá sentido a ela. Portanto,<br />

narrar não é fazer uma lista de acontecimentos, mas sim uma experimentação de ordenação,<br />

pois é preciso ligá-los para que façam sentido. Para Jovchelovitch e Bauer (2005, p.92),<br />

é o enredo que dá coerência e sentido à narrativa, bem como fornece o<br />

contexto em que nós entendemos cada um dos acontecimentos, atores,<br />

descrições, objetivos, moralidade e relações que geralmente constituem a<br />

história. Os enredos operam através de funções específicas, que servem para<br />

estruturar e configurar vários acontecimentos em uma narrativa. Primeiro o<br />

enredo de uma narrativa que define o espaço de tempo que marca o começo<br />

e o fim de uma história. O enredo fornece critérios para a seleção dos<br />

acontecimentos que devem ser incluídos na narrativa, para a maneira como<br />

esses acontecimentos são ordenados em uma sequência que vai se<br />

desdobrando até a conclusão da história, e para o esclarecimento dos<br />

sentidos implícitos que os acontecimentos possuem como contribuições à<br />

narrativa como um todo. Decidir o que deve e o que não deve ser dito, e o<br />

que deve ser dito antes, são apenas operações relacionadas ao sentido que o<br />

enredo dá à narrativa.<br />

Após oferecermos ferramentas para os meninos, tivemos a oportunidade de vê-los<br />

construir textos mais coerentes, com sequências mais lógicas. Todas as sugestões foram<br />

gravadas e anotadas na lousa. Nosso exercício era colocar as ideias em ordem e tecer o texto<br />

de forma a encaixar a maior parte do que eles sugeriam. A seguir, exponho, como exemplo, o<br />

primeiro texto apresentado por um aluno:<br />

No meio da fotonovela ter alguns enigmas, tipo como...Eles estão<br />

procurando algo muito antigo e no meio dessa descoberta, eles estão em<br />

uma caverna cheia de pedra solta e aí tem que ter cuidado onde pisa e no<br />

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