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O protagonismo se fez presente. Os alunos já se sentiam autores de sua história. A<br />
preocupação não era copiar, mas se apropriar de ideias que, quando combinadas, podem ter<br />
outro tom, outro enredo, outra história.<br />
Assim sendo, esclareço que nosso trabalho foi permeado de discussões e negociações,<br />
permitindo que os jovens fizessem parte dessa construção e, com isso, se apropriassem de<br />
todo o processo, sentindo-se parte da edificação de seu próprio conhecimento. Para<br />
Skovsmose (2013, p. 46),<br />
as possibilidades de exercício dos deveres e direitos democráticos não estão<br />
apenas relacionadas às estruturas democráticas formais institucionalizadas,<br />
mas também a uma atitude democrática individualmente consolidada. Ações<br />
de nível macro devem ser antecipadas no nível micro. Isso quer dizer que<br />
não podemos esperar o desenvolvimento de uma atitude democrática se o<br />
sistema escolar não contiver atividades democráticas como o principal<br />
elemento. Se queremos desenvolver uma atitude democrática pela educação<br />
matemática, os rituais dessa educação não podem conter aspectos<br />
fundamentalmente não democráticos. O diálogo entre professor e estudantes<br />
tem um papel importante.<br />
Após assistirmos aos filmes e fazermos as discussões com as turmas, propusemos a<br />
resolução de enigmas, pois percebemos que os alunos não estavam familiarizados com esse<br />
tipo de problema matemático. Para isso, contamos com a colaboração da Luana na seleção e<br />
na proposição de tais enigmas. Nos filmes puderam conhecer enigmas de vários tipos, mas<br />
não os matemáticos. Como nosso objetivo era focara Matemática como assunto da FN,<br />
trabalhamos com alguns enigmas dessa disciplina.<br />
A discussão sobre os enigmas foram empolgantes, os meninos iam à lousa, discutiam<br />
entre eles, ou tentavam resolvê-los sozinhos, foram momentos de muita interação entre o<br />
grupo. Os alunos estavam à vontade, os enigmas foram resolvidos de uma forma muito<br />
espontânea, pois não lhes foi cobrada nenhuma formalidade, sentiram-se confortáveis para<br />
discutir, errar, rir do erro, corrigir e, juntos, chegar a uma conclusão. De acordo com Alrø e<br />
Skovsmose (2010, p. 133),<br />
o pressuposto básico é que a fala inclui o ato. Nós não apenas falamos<br />
através de palavras e frases, mas agimos também. Participar de um diálogo é<br />
também uma forma de ação e produção de significados mediante o uso da<br />
linguagem. Dialogar significa agir em cooperação. Pode-se fazer coisas<br />
dialogando.<br />
Os enigmas possibilitaram uma ação coletiva de resolução de problemas. Nem sempre a<br />
escola trabalha com esse tipo de problema matemático, em que os alunos são chamados a<br />
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