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Terminada essa atividade de escrita, li o texto para turma e comentei em voz baixa com a<br />
professora que o texto estava indo bem até à metade. A Bárbara que estava próxima falou:<br />
“Melhor assim, pelo menos eles não falaram baixarias, pornografia, drogas e bandidagem<br />
como eles sempre fazem” (8 a D, 26/08).<br />
Essa fala da aluna Bárbara nos possibilita pensar no que Dayrell (2007, p. 1111) aponta:<br />
As discussões, brigas e até mesmo atos de vandalismo e delinquência,<br />
presentes entre os jovens, não podem ser dissociados da violência mais geral e<br />
multifacetada que permeia a sociedade brasileira, expressão de<br />
descontentamento dos jovens diante de uma ordem social injusta, de uma<br />
descrença política e de um esgarçamento dos laços de solidariedade, entre<br />
outros fatores.<br />
Em outros momentos notamos também a necessidade de alguns meninos se portarem de<br />
um jeito rebelde, compondo a figura do “rapaz briguento”, contestador. “Essa imagem<br />
masculina associada à virilidade e à coragem, é muito reforçada na cultura popular,<br />
constituindo-se um valor perseguido por muitos e que, aliado à competição, cumpre uma<br />
função na construção da sociabilidade juvenil” (DAYRELL, 2007, p.1111).<br />
Das cinco atividades planejadas apenas uma foi realizada, “texto vai-texto vem”, e levou<br />
mais tempo do que esperado. Não foi possível realizar as demais.<br />
O segundo encontro aconteceu na 8ª C (30/08/13). Como as atividades propostas na outra<br />
turma não funcionaram como o planejado, modifiquei o planejamento escolhendo outras<br />
atividades. Fiz essa opção, pois não interessava, nesse momento, o motivo pelo qual as<br />
atividades não haviam dado certo, se isso ocorreu pela própria atividade ou pelos alunos; o<br />
objetivo era que experimentassem algumas técnicas teatrais necessárias ao desenvolvimento do<br />
projeto.<br />
Para Macedo, Machado e Valéria (2006), há uma distinção entre jogo, projeto e lúdico;<br />
para quem joga é importante que o jogo seja apropriado. Já os projetos são sempre justificados<br />
para além deles mesmos; nos projetos, o desafio é coordenar perspectivas, prevalece a<br />
negociação. A atividade lúdica é a que se executa no jogo, visa mais ao divertimento que a<br />
qualquer outro propósito, é o que se faz por gosto, sem outro objetivo que o prazer de fazê-lo.<br />
Entendemos, assim, que o projeto nos permite rever situações, reavaliar ações, visto que<br />
almejamos um resultado. O projeto permite modificar a si próprio, o outro e seu entorno,<br />
fazendo, desse modo, adaptações necessárias, visando ao próximo passo.<br />
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