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4.2 Você tem face, né?<br />

Nesta seção indico a importância do face na cultura dos jovens. O facebook− rede social<br />

comum a eles e, para ser sincera, a mim também − mostrou-se uma ferramenta eficaz.<br />

Muitos combinados com a Luana foram via face. Planejamos encontros, trocamos<br />

recados e até textos, além das fotos de nosso trabalho, que os alunos pediam para colocar, e<br />

das conversas com os jovens.<br />

Barbosa (2007, p. 1069) afirma:<br />

As crianças se misturam, assimilam e produzem culturas que provem da<br />

socialização tanto da cultura dos videogames, das princesas, das redes, dos<br />

CDs, como também da cultura dos amigos, do futebol, dos laços de afeto, da<br />

vida em grupo na escola e na família, tudo em um mesmo espaço e tempo<br />

social e pessoal. Estas diferentes experiências não são simplesmente<br />

somadas umas às outras, ou convivem paralela e fragmentariamente. De<br />

acordo com Lahire (s.d), a pluralidade dos seres é permanente e ativamente<br />

construída, há um núcleo que é permanentemente móvel. É preciso observar,<br />

estar atento às mudanças e ter cuidado para não avaliar de forma equivocada,<br />

como um declínio da infância. São estas novas crianças, com suas<br />

experiências de infâncias múltiplas, que chegam todos os dias na escola.<br />

Com seu modo plural de ser, elas manifestam a sua diferença. Quer numa<br />

linguagem conhecida e facilmente decodificável, quer numa das suas<br />

múltiplas linguagens, com a escola ou os professores escutando-as ou não,<br />

elas manifestam as suas singularidades. (BARBOSA, 2007, p. 1069).<br />

Por meio do face, criamos um contato além da escola, uma proximidade saudável e<br />

ainda hoje, algum tempo depois da conclusão do trabalho, no momento que escrevo estas<br />

observações, me emociono revendo todos nossos momentos. Vou à página que criamos com o<br />

nome de “Fotonovela” e converso com os meninos, mato um pouco a saudade. Essa<br />

socialização promovida pela rede social é única em nosso tempo. Ela deve ser valorizada<br />

quando se mostra um instrumento de troca e aprendizagem. Para Dayrell (2007, p. 1111),<br />

A sociabilidade tende a ocorrer em um fluxo cotidiano, seja no intervalo<br />

entre as “obrigações”, o ir-e-vir da escola ou do trabalho, seja nos tempos<br />

livres e de lazer, na deambulação pelo bairro ou pela cidade. Mas, também,<br />

pode ocorrer no interior das instituições, seja no trabalho ou na escola, na<br />

invenção de espaços e tempos intersticiais, recriando um momento próprio<br />

de expressão da condição juvenil nos determinismos estruturais. Enfim,<br />

podemos afirmar que a sociabilidade, para os jovens, parece responder às<br />

suas necessidades de comunicação, de solidariedade, de democracia, de<br />

autonomia, de trocas afetivas e, principalmente, de identidade.<br />

De acordo com Barbosa (2007, p.1065), “a socialização pode ser vista como um<br />

processo contínuo de inserção cultural, e a cultura será compreendida como a construção de<br />

significados, partilhados por outros ou não, sustentados em práticas da vida individual e<br />

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