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dinâmicas, perspectivas, emoções, intenções, reflexões e ações de parceiros em posições o<br />
mais igualitárias possível.<br />
Há necessidade de se considerar o quanto essa negociação necessita estar presente nas<br />
situações escolares, a fim de que os alunos se sintam sujeitos, protagonistas de seu processo<br />
de aprendizagem, ao mesmo tempo que descobrem e reconhecem habilidades e saberes que já<br />
possuem e que podem mobilizar diante da nova situação. Dessa forma, a escola se torna um<br />
espaço de aprendizagem coletiva e não de lutas e desencontros entre professores, alunos e<br />
conhecimento.<br />
Conforme os estudantes iam se apropriando do trabalho, começaram a desenvolver<br />
vários papéis. No início foram escritores, depois atores e, então, roteiristas, diretores,<br />
cenógrafos, maquiadores, produtores de elenco e coreógrafos. Durante esse processo de<br />
aprendizado sempre deixei claro o papel que eles desempenhavam, comunicando-os sobre o<br />
que faziam.<br />
Por exemplo, a Jéssica orientou os meninos sobre a luta (Fotos 75 e 76).Logo, informei<br />
a ela que estava desempenhando a função de coreógrafa.<br />
Foto 75 −Jéssica ensinando lutar<br />
Foto 76 − Luta<br />
Fonte: Registro feito pela pesquisadora<br />
Fonte: Registro feito pela pesquisadora<br />
Na tarde de autógrafos mais uma revelação: João levou um bolo feito por sua avó com<br />
sua ajuda e decorado por ele. Foi uma surpresa para todos. Com isso, pode-se perceber que,<br />
em quatro anos de convivência, esse aluno não teve a oportunidade de mostrar suas<br />
qualidades extraescolares, foi por meio da valorização desse jovem que ele se sentiu à vontade<br />
para se revelar um confeiteiro e um ótimo cozinheiro (o bolo estava delicioso) (Foto 77).<br />
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