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Exige ainda bom senso, humildade, tolerância, alegria e esperança, além da convicção<br />

de que a mudança é possível. Educar exige curiosidade e diálogo.<br />

A dialogicidade não nega a validade de momentos explicativos, narrativos,<br />

em que o professor expõe ou fala do objeto. O fundamental é que professor e<br />

alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica,<br />

aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala ou enquanto<br />

ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam<br />

epistemologicamente curiosos. (FREIRE, 2013, p.83).<br />

Freitas (2002) considera que todo o conhecimento é sempre construído na inter-relação<br />

das pessoas. Produzir um saber a partir de uma pesquisa é, pois, assumir a perspectiva da<br />

aprendizagem como processo social compartilhado e gerador de desenvolvimento. Portanto, a<br />

pesquisa é uma relação entre sujeitos; relação essa que se torna promotora do<br />

desenvolvimento mediado por outro.<br />

Concordamos com a autora quando afirma que a situação educativa é um processo em<br />

movimento permanente e que a transformação advinda desse processo é que constitui o<br />

resultado desejável. Assim sendo, justifica-se nossa opção pela análise qualitativa dos dados<br />

produzidos no processo da pesquisa. Segundo Freitas (2002, p. 25-26),<br />

O pesquisador, portanto, faz parte da própria situação de pesquisa, a<br />

neutralidade é impossível, sua ação e também os efeitos que propicia<br />

constituem elementos de análise. Bakhtin contribui para complementar essas<br />

idéias afirmando que o critério que se busca numa pesquisa não é a precisão<br />

do conhecimento, mas a profundidade da penetração e a participação ativa<br />

tanto do investigador quanto do investigado. Disso também resulta que o<br />

pesquisador, durante o processo de pesquisa, é alguém que está em processo<br />

de aprendizagem, de transformações. Ele se ressignifica no campo. O mesmo<br />

acontece com o pesquisado que, não sendo um mero objeto, também tem<br />

oportunidade de refletir, aprender e ressignificar-se no processo de pesquisa.<br />

Bakhtin e Vygotsky tornam o processo de pesquisa um trabalho de<br />

educação, de desenvolvimento.<br />

Optamos por uma pesquisa com essa abordagem, pois lidamos com o jovem e com sua<br />

criatividade. Desse modo, para a análise dos dados produzidos, precisamos estar sensíveis às<br />

manifestações desse contexto e atentos a seu entorno. Para Flick (2009, p.23),<br />

Os aspectos essenciais da pesquisa qualitativa consistem na escolha adequada<br />

de métodos e teorias convenientes; no reconhecimento e na análise de<br />

diferentes perspectivas; nas reflexões dos pesquisadores a respeito de suas<br />

pesquisas como parte do processo de produção de conhecimento; e na<br />

variedade de abordagens e métodos.<br />

Por princípio, a pesquisa pressupõe uma transformação na realidade pesquisada. Entendo<br />

que um dos fatores determinantes na realização do trabalho na escola foi a FN ser uma<br />

produção nova e diferente para todos os participantes − a pesquisadora, que estava acostumada<br />

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