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Larissa: Toda sexta-feira ficava muito feliz de ir para a escola e ver todo<br />
mundo pra tirar as fotos, fazer brincadeiras e ajudar na fotonovela.<br />
(conversa final).<br />
Bárbara: Agora dá gosto vir na escola...<br />
João: Vem todo dia [pedindo para que eu fosse todos os dias]. Espero que<br />
chegue logo a próxima sexta-feira. (Comentários gravados em conversas<br />
informais).<br />
Barbosa (2007) afirma que o poder da escola é inegável. Ela é a única instituição da<br />
modernidade que todas as crianças e jovens frequentam, afinal é obrigatória e, sendo assim,<br />
tem um público presente. Seja em nome de sua proteção como da segregação, estão ali para<br />
aprender a cultura legítima. Mas, ela também é o lugar onde múltiplos modos de socialização<br />
e formações culturais se confrontam.<br />
Para a autora, outras instituições educacionais, como bibliotecas, museus, mídias<br />
culturais, precisam desenvolver estratégias de formação de público. Entendemos que a escola<br />
também precisa elaborar mecanismos para agradar seu público, pois, apesar de obrigatória,<br />
poderia se tornar um lugar onde o aluno gostasse de ir.<br />
Portanto, a opção por práticas dialógicas para resolver conflitos e o investimento na<br />
cultura dos valores humanos, apresenta-se indispensável ao objetivo de aproximar o jovem do<br />
prazer em frequentar a escola. Isso possibilita a ele o sentimento de pertencer àquele<br />
ambiente.<br />
público:<br />
Algumas vozes nos deram a impressão de termos conquistado momentaneamente esse<br />
Simone: O mais bacana é que o final da história indica continuidade.<br />
Gi: Já pensamos em fazer a segunda parte, prô!<br />
Simone: Mas esse ano não vai dar tempo<br />
Gi: A gente se reúne ano que vem e faz, que tal?<br />
Simone: Ok, vamos terminar a história com direito a uma continuação. (8ª<br />
C, 20/09).<br />
Apesar de as histórias serem repletas de crimes, mais um não pesaria tanto, portanto, os<br />
assassinos poderiam ter morrido, encerrando a narrativa definitivamente. No entanto, os<br />
alunos fizeram questão de deixarem-nas com possibilidade de continuação. Estavam<br />
empolgados com as chances de nos encontrarmos para mais um trabalho.<br />
Trabalhamos com casos de assassinatos. Em alguns momentos precisamos negociar um<br />
pouco o curso dos textos, pois estavam ficando um tanto pesados. Foi uma aventura<br />
estimulante adentrar o universo desses meninos. Nas duas histórias havia crimes fortes: um<br />
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