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ações dos jovens, como: análise combinatória, plano cartesiano e probabilidades e, não menos<br />

importante, a reflexão sobre o trabalho. Tais fatores colaboraram para que se sentissem<br />

instigados em resolver os mistérios envolvidos nas histórias.<br />

O trabalho com FN possibilitou aos alunos reconhecer uma prática da Matemática<br />

escolar com diferentes respostas em ambientes extraclasses variados. Perceberam, assim, que<br />

há mais de uma maneira de compreender a realidade, de aprender e de pensar<br />

matematicamente. Entendemos que, ao atribuir sentido a essa Matemática escolar,<br />

possibilitamos uma experiência autêntica aos estudantes. Nas palavras de Luana, “eles estão<br />

aprendendo além da Matemática, eles estão sendo educados”.<br />

Quando falamos de educação para além da Matemática, nos apoiamos em Skovsmose<br />

(2013). O autor afirma que, se queremos desenvolver uma atitude democrática pela Educação<br />

Matemática, os rituais dessa educação não podem conter aspectos não democráticos, portanto,<br />

o diálogo entre professor e estudantes é fundamental.<br />

Na escola, o papel do teatro tem seu reconhecimento como instrumento. Neste trabalho,<br />

a FN mostrou seu potencial pedagógico, enquanto Arte e gênero oral, escrito e imagético,<br />

confirmando a riqueza e a diversidade dos gêneros discursivos, além das mais variadas<br />

possibilidades da atividade humana. Verificamos que − ao escrever, ler, reescrever e<br />

comunicar ideias durante a produção das histórias − os estudantes se apropriaram das<br />

diferentes linguagens.<br />

Portanto, entendemos que a FN pode ser vista como uma ferramenta no ensino da<br />

Matemática, não apenas um “teatrinho” na escola. Ela permite um trabalho que conecta a<br />

Matemática e a Arte. A proposta feita a esses jovens foi de uma produção elaborada e não<br />

mais um “teatrinho”, creditamos a isso o grande envolvimento do grupo.<br />

Esse movimento de escrita das histórias para compor a revista permitiu que esses jovens<br />

fizessem uma leitura crítica do mundo, não só local, mas global quando incluíram nas<br />

histórias tantos crimes. Talvez fosse essa a leitura de mundo que esses estudantes fizeram<br />

naquele momento. Provavelmente essa liberdade de expressão colaborou para que os<br />

estudantes demonstrassem tanta dedicação e empenho. Mas, vale ressaltar que nas histórias<br />

também havia estudos, disposição, trabalho de equipe e romance. Podemos dizer que houve a<br />

valorização da cultura juvenil, como defende Dayrell (2007).<br />

Por meio da razão, da palavra, da fala, do “diálogo”, foi possível estabelecer e fortalecer<br />

vínculos. Como escrevi anteriormente, a escola tem momentos difíceis, com problemas dos<br />

mais variados; no tempo que passei lá, presenciei várias situações desse tipo. No entanto, isso<br />

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