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2 LUZ, CÂMERA, AÇÃO: ASPECTOS METODOLÓGICOS<br />

A arte é a linguagem das sensações, que faz entrar nas<br />

palavras, nas cores, nos sons ou nas pedras.<br />

Gilles Deleuze<br />

O presente capítulo apresenta o movimento metodológico da pesquisa e o processo de<br />

construção artística. Desenvolvemos um trabalho compartilhado entre pesquisadora e uma<br />

professora de Matemática do Ensino Fundamental da 8ª série, investigando as possibilidades do<br />

ensino dessa matéria, por meio das diferentes linguagens artísticas − corporal, visual e<br />

plástica−, expressas na produção de uma fotonovela.<br />

2.1 LUZ: a caracterização da pesquisa<br />

Na intenção de analisar e interpretar os dados produzidos, optamos por desenvolver uma<br />

pesquisa de abordagem qualitativa. Isso porque nosso objeto de estudo envolvia uma<br />

produção artística por jovens estudantes.<br />

De acordo com Freitas (2002), o homem é um ser expressivo e falante, perante ele o<br />

pesquisador não pode se limitar à apreciação, pois se encontra diante de um sujeito que tem<br />

voz, e não pode apenas admirá-lo, é preciso falar com ele, estabelecer um diálogo. “Invertese,<br />

desta maneira, toda a situação, que passa de uma interação sujeito-objeto para uma relação<br />

entre sujeitos” (FREITAS, 2002, p.24).<br />

De acordo com Freire (1987), não há dialogo se não há um profundo amor ao mundo e<br />

aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se<br />

não há amor que a infunda. (FREIRE, 1987, p.93).<br />

Freire (2013) afirma que ensinar não é transferir conhecimento, mas sim criar<br />

possibilidades para sua própria produção ou construção. Ele afirma: “Quando entro em uma<br />

sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos<br />

alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face a tarefa que tenho – a de<br />

ensinar e não a de transferir conhecimento” (FREIRE, 2013, p.47).<br />

Para Freire (2013), ensinar exige alguns requisitos. Demanda consciência do<br />

inacabamento, onde há vida há inacabamento. Exige respeito à autonomia do ser do<br />

educando; “o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um<br />

favor que podemos ou não conceder uns aos outros” (FREIRE, 2013, p.58).<br />

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