Libro de Resúmenes / Book of Abstracts (Español/English)

Resumenes 52
Sustentabilidade em ecossistemas alagáveis
Jaqueline Maria da Silva, Maurício Kritz
Laboratório Nacional de Computação Científica
Av. Getúlio Vargas, 333, Quitandinha, Petrópolis - Rio de Janeiro. CEP: 25651-075
jmsilva@lncc.br; mkritz@lncc.br
Questionamentos sobre sustentabilidade envolvem as decisões: “o
quê sustentar” e “como sustentar”. Ambas supõem, de alguma forma, a
permanência de características dos sistemas naturais ou sócio-econômicos
envolvidos. Podem ter apenas caráter ético ou envolver formulações que
incluam mecanismos de controle, buscando encontrar um regime
sustentável. Os esquemas formais e linhas de pensamento empregados
neste processo focalizam a manutenção de estoques naturais e outros
fatores, desconsiderando variações nos processos produtivos e na
sociedade, bem como variabilidades espontâneas na estrutura e
componentes dos sistemas naturais, como os das várzeas amazônicas.
As regiões alagáveis amazônicas, possuem uma variabilidade
intrínseca, oscilando entre dois sistemas independentes, nas águas baixas,
e um sistema híbrido aquático-terrestre nas cheias. O pulso anual das
águas não apenas provoca acréscimos e decréscimos nas populações
existentes, como também altera relações tróficas e aporta novas populações
a estes sistemas Weber (1997). Por outro lado, a imigração de populações
humanas detentoras de outras culturas e tecnologias, altera hábitos e
métodos de produção neste ambiente, afetando seus sistemas produtivo e
social. Existe, portanto, a necessidade de analisarmos sustentabilidade
considerando todos estes sistemas.
Neste trabalho estudamos um sistema relativamente simples de
exploração madeireira na várzea Amazônica Schöngart & Piedade (2005) ,
com informações sócio-econômicas da Reserva Mamirauá, buscando uma
maior integração entre os modelos e estruturas matemáticos usados na
representação dos sistemas que afetam a sustentabilidade, particularmente
nos referentes à interação entre ecologia, sistemas produtivo e social.
Uma discussão sobre sustentabilidade assim integrada não tem sido
feita, não por falta de percepção da variabilidade dos sistemas envolvendo
homem e natureza, mas porque os modelos e representações matemáticos
desses sub-sistemas têm natureza diversificada. A evolução de
ecossistemas, por exemplo, é representada por sistemas dinâmicos,
enquanto que a interação entre pessoas ou organizações são determinadas
por jogos e relações no sistema produtivo aparecem como problemas de
controle ou alocação. Quando expressas matematicamente, essas
descrições se confinam a áreas da Matemática que não são facilmente
integradas e cujas técnicas não guardam, no momento, uma relação mais
estreita.
Assim, apresentamos neste trabalho formas simbólicas para
representar as interações e influências mútuas entre os sistemas naturais,
produtivos e sociais, fundamentada na Teoria Geral de Sistemas. Buscamos
também uma maior integração na descrição matemática desses sistemas,
no caso específico da extração madeireira na Reserva Mamirauá por já
haver lá estruturas de desenvolvimento sustentável em implantação.