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historia da riqueza do homem

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130 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

extremamente interessa<strong>do</strong>s na questão — sempre quebra<strong>do</strong>s e<br />

precisan<strong>do</strong> de dinheiro. O que torna rico um país não era,<br />

portanto, uma pergunta ociosa. Era coisa real. E tinha de ser<br />

respondi<strong>da</strong>.<br />

A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso<br />

país <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong> os homens inteligentes de outros<br />

países perguntavam a razão disso, julgavam encontrar a resposta<br />

nos tesouros que ela recebia <strong>da</strong>s colônias. Ouro e prata.<br />

Quanto mais tivesse, tanto mais rico o país seria — o que se<br />

aplicava às nações e também às pessoas. O que fazia as ro<strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong> comércio e indústria girarem mais depressa? Ouro e prata.<br />

O que permitia ao monarca contratar um exército para combater<br />

os inimigos de seu país? Ouro e prata. O que comprava a<br />

madeira necessária para fazer navios, ou o cereal para as bocas<br />

famintas, ou a lã que vestia o povo? Ouro e prata. O que tornava<br />

um país bastante forte para conquistar um país inimigo —<br />

que eram os “nervos <strong>da</strong> guerra”? Ouro e prata. A posse de<br />

ouro e prata, portanto, o total de barras que possuísse um país,<br />

era o índice de sua <strong>riqueza</strong> e poder.<br />

A maioria <strong>do</strong>s autores <strong>da</strong> época se apega à idéia de que “um<br />

país rico, tal como um <strong>homem</strong> rico, deve ser um país com muito<br />

dinheiro; e juntar ouro e prata num país deve ser a mais rápi<strong>da</strong><br />

forma de enriquecê-lo”. 131<br />

Já em 1751 Joseph Barris, no An Essay Upon Money and<br />

Coins, escrevia: “Ouro e prata, por muitas razões, são os metais<br />

mais adequa<strong>do</strong>s para acumular <strong>riqueza</strong>; são duráveis, podem ser<br />

transforma<strong>do</strong>s de qualquer mo<strong>do</strong> sem prejuízo, e de grande valor<br />

em proporção ao volume. Sen<strong>do</strong> o dinheiro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, representam<br />

a forma de troca mais imediata para to<strong>da</strong>s as coisas,<br />

e a que mais rápi<strong>da</strong> e seguramente se aceita em pagamento de<br />

to<strong>do</strong>s os serviços.“ 132<br />

Já que os governos acreditavam nessa teoria de que quanto<br />

mais ouro e prata houvesse num país, tanto mais rico este seria,<br />

o passo seguinte era óbvio. Baixaram-se leis proibin<strong>do</strong> a saí<strong>da</strong><br />

desses metais <strong>do</strong> país. Um governo após outro tomou essa me-<br />

131 A<strong>da</strong>m Smith, Inquiry Into the Nature and Causes of the Wealth of<br />

Nations (1776), vol. I, p. 396. Methuen & Co., Londres. 1930.<br />

132 Cita<strong>do</strong> por J Viner, “English Theories of Foreign Trade Before<br />

A<strong>da</strong>m Smith”, em The Journal of Political Economy, vol. 38, junho,<br />

1930.

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