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historia da riqueza do homem

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182 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

cujas ativi<strong>da</strong>des fossem mais adequa<strong>da</strong>s à aquisição de fortuna<br />

— ao espírito <strong>do</strong> capitalismo. Uma união perfeita.<br />

Benjamin Franklin é um exemplo destaca<strong>do</strong> de pessoa em<br />

ue esse espírito estava bem vivo. Em seu Poor Richard’s Almanack<br />

colocou em frases simples e triviais a chave puritana para<br />

a melhor vi<strong>da</strong> justa:<br />

“Não houve <strong>homem</strong> glorioso que não fosse trabalha<strong>do</strong>r.”<br />

“Esperança <strong>do</strong> ganho minora a <strong>do</strong>r.”<br />

“Mantém tua oficina e ela te manterá?” 198<br />

E no Advice to Young Tradesmen:<br />

“Em suma, o caminho <strong>da</strong> <strong>riqueza</strong>, para quem o deseja, é<br />

tão fácil como o caminho <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Depende principalmente<br />

de duas palavras, indústria e frugali<strong>da</strong>de; ou seja, não desperdice<br />

tempo nem dinheiro... Aquele que ganha tu<strong>do</strong> o que<br />

pode, honestamente, e poupa tu<strong>do</strong> o que pode, certamente se<br />

tornará rico?” 199<br />

Esse é o espírito capitalista. Para o calvinista, tal ensinamento<br />

não era um conselho, no senti<strong>do</strong> comum, mas um ideal<br />

de conduta cristã. A melhor forma de trabalhar para a glória de<br />

Deus era colocá-lo em prática.<br />

Da próxima vez que alguém lhe disser que é <strong>da</strong> “natureza<br />

humana” o desejo de lucro, o leitor poderá mostrar como tal desejo<br />

se transformou em natureza humana. Mostrar que a poupança<br />

e o investimento, praticamente desconheci<strong>do</strong>s na socie<strong>da</strong>de<br />

feu<strong>da</strong>l, se tornaram um dever na socie<strong>da</strong>de capitalista, para a<br />

glória de Deus. Quan<strong>do</strong> o século XIX teve início, “Economizar<br />

e investir tornaram-se ao mesmo tempo o dever e o prazer de<br />

uma grande classe. As economias raramente eram desfalca<strong>da</strong>s e,<br />

com a acumulação <strong>do</strong> juro composto, foi possível o triunfo material<br />

que to<strong>do</strong>s hoje conhecemos. A moral, a política, a literatura<br />

e a religião <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de reuniram-se numa grande conspiração<br />

para promoção <strong>da</strong> poupança. Deus e Mamon se reconciliaram.<br />

Paz na Terra aos homens de bons recursos. O rico podia, no fi-<br />

198 B. Franklin, Poor Richard’s Almanack (1732-1757), N.York, 1898, p. 70.<br />

199 B. Franklin, The Way to Wealth. To which are Added his Advice to<br />

Young Tradesmen (1757), Windsor, Vt., 1826, p. 30.<br />

200 J. M. Keynes, A Tract on Monetary Reform, Macmillan & Co.,<br />

Ltd., Londres, 1923, p. 7.

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