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historia da riqueza do homem

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178 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

quesa se apropriou de 794.000 acres de terra que, desde épocas<br />

imemoriais, pertenciam ao clã.” 190<br />

Do século XVI até princípios <strong>do</strong> século XIX, na Inglaterra,<br />

o processo de privar o camponês <strong>da</strong> terra teve continuação. Na<br />

França, cresceu a classe <strong>do</strong> pequeno camponês proprietário,<br />

mas na Inglaterra, onde o capitalismo industrial se desenvolveu<br />

mais rapi<strong>da</strong>mente <strong>do</strong> que em qualquer outro lugar, o pequeno<br />

proprietário desapareceu quase totalmente. O Dr. R. Price, autor<br />

inglês <strong>do</strong> século XVIII, conta-nos o que lhe ocorreu: “Quan<strong>do</strong><br />

essa terra cai nas mãos de uns poucos grandes fazendeiros, a<br />

conseqüência é que os pequenos fazendeiros são transforma<strong>do</strong>s<br />

num grupo de homens que ganham o sustento trabalhan<strong>do</strong> para<br />

outros... ...Ci<strong>da</strong>des e indústrias aumentam, porque mais pessoas<br />

irão à procura delas, em busca de lugares e emprego... ...No<br />

to<strong>do</strong>, as circunstâncias <strong>da</strong>s classes mais baixas são modifica<strong>da</strong>s,<br />

para pior, sob quase to<strong>do</strong>s os aspectos. De pequenos ocupantes<br />

<strong>da</strong> terra são reduzi<strong>do</strong>s à condição de trabalha<strong>do</strong>res diaristas e<br />

assalaria<strong>do</strong>s.” 191<br />

É uma descrição exata <strong>da</strong> situação. Expulsas <strong>da</strong> terra, “as<br />

classes mais baixas” tiveram de se tornar assalaria<strong>da</strong>s, O fechamento<br />

foi, portanto, uma <strong>da</strong>s principais formas de obter o necessário<br />

suprimento de mão-de-obra para a indústria.<br />

Houve outros meios. Um deles não foi tão espetacular nem<br />

tão evidente, mas atingiu muito maior número de pessoas. Foi<br />

o próprio sistema fabril, que finalmente divorciou o trabalha<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong>s meios de produção na indústria, tal como já o divorciara<br />

<strong>da</strong> terra.<br />

Nos anais <strong>da</strong> Câmara <strong>do</strong>s Comuns, relativos ao ano de 1806,<br />

o relatório <strong>da</strong> comissão nomea<strong>da</strong> para “examinar o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

manufatura <strong>da</strong> lã na Inglaterra” afirma que “há algumas fábricas<br />

na vizinhança... ...Essas vêm sen<strong>do</strong> há algum ,tempo objeto de<br />

grande ciúme <strong>do</strong>s Tecelões Domésticos. Tem-se manifesta<strong>do</strong><br />

grande apreensão de que o sistema fabril venha a acabar gradualmente<br />

com o Doméstico; e que o pequeno Mestre Manufator<br />

independente, que trabalha por sua conta, venha a se tornar<br />

um jornaleiro, trabalhan<strong>do</strong> por salário.” 192<br />

191 Ibid., vol. 1.<br />

192 Journals of the House of Commons, 1808, vol. 61, p. 698.

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