13.04.2013 Views

historia da riqueza do homem

historia da riqueza do homem

historia da riqueza do homem

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

24 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

colono que deduzia as despesas de trabalho antes de lançar o dízimo<br />

a suas colheitas era condena<strong>do</strong> ao inferno.” 17<br />

À medi<strong>da</strong> que a Igreja crescia enormemente em <strong>riqueza</strong>, sua<br />

economia apresentava tendências a superar sua importância espiritual.<br />

Muitos <strong>historia</strong><strong>do</strong>res argumentam que, como senhor<br />

feu<strong>da</strong>l, não era melhor e, em muitos casos, muito pior <strong>do</strong> que os<br />

feu<strong>da</strong>tários leigos. “Tão grande era a opressão de seus servos,<br />

pelo Cabi<strong>do</strong> de Notre-Dame de Paris, no reina<strong>do</strong> de São Luís,<br />

que a Rainha Blanche protestou ‘com to<strong>da</strong> a humil<strong>da</strong>de’, ao que<br />

os monges replicaram que ‘eles podiam matar seus servos de<br />

fome se lhes aprouvesse’.” 18<br />

Alguns <strong>historia</strong><strong>do</strong>res pensam até que se exagerava o valor<br />

de sua cari<strong>da</strong>de. Admitem o fato de que a Igreja realmente aju<strong>da</strong>va<br />

os pobres e <strong>do</strong>entes. Mas ressaltam que ela era o mais rico<br />

e poderoso proprietário de terras <strong>da</strong> I<strong>da</strong>de Média, e argumentam<br />

que, compara<strong>do</strong> ao que poderia ter feito, com sua tremen<strong>da</strong> <strong>riqueza</strong>,<br />

não chegou a realizar nem mesmo tanto quanto a nobreza.<br />

Ao mesmo tempo que suplicava e exigia aju<strong>da</strong> <strong>do</strong>s ricos,<br />

para fazer sua cari<strong>da</strong>de, tomava o maior cui<strong>da</strong><strong>do</strong> em não sacar<br />

muito profun<strong>da</strong>mente de seus próprios recursos. Esses críticos<br />

<strong>da</strong> Igreja observam ain<strong>da</strong> que, se ela não houvesse trata<strong>do</strong> tão<br />

mal a seus servos, não teria extorqui<strong>do</strong> tanto <strong>do</strong> campesinato, e<br />

haveria menos necessi<strong>da</strong>de de cari<strong>da</strong>de.<br />

O clero e a nobreza constituíam as classes governantes.<br />

Controlavam a terra e o poder que delas provinha. A Igreja<br />

prestava aju<strong>da</strong> espiritual, enquanto a nobreza, proteção militar.<br />

Em troca exigiam pagamento <strong>da</strong>s classes trabalha<strong>do</strong>ras, sob a<br />

forma de cultivo <strong>da</strong>s terras. O Professor Boissonnade, competente<br />

<strong>historia</strong><strong>do</strong>r desse perío<strong>do</strong>, assim o resume:<br />

“O sistema feu<strong>da</strong>l, em última análise, repousava sobre uma<br />

organização que, em troca de proteção, freqüentemente ilusória,<br />

deixava as classes trabalha<strong>do</strong>ras à mercê <strong>da</strong>s classes parasitárias,<br />

e concedia a terra não a quem a cultivava, mas aos capazes<br />

de dela se apoderarem.” 19<br />

18 Ibid., p. 681<br />

19 P. Boissonnade, op. cit., p. 131.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!