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historia da riqueza do homem

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38 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

e sem ser molesta<strong>do</strong>.” 28 Se Lorris e as demais ci<strong>da</strong>des possuíssem<br />

a técnica de anúncios de beira de estra<strong>da</strong> <strong>do</strong> século XX,<br />

poderiam ter usa<strong>do</strong> um letreiro como este:<br />

Venha a Lorris<br />

e seja<br />

LIVRE<br />

As populações <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des desejavam algo mais que a liber<strong>da</strong>de:<br />

desejavam a liber<strong>da</strong>de <strong>da</strong> terra. O hábito feu<strong>da</strong>l de<br />

“arren<strong>da</strong>r” a terra de Fulano que, por sua vez, a arren<strong>da</strong>va de<br />

Beltrano, não era de seu agra<strong>do</strong>. O <strong>homem</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de via a terra<br />

e a habitação sob um prisma diferente <strong>do</strong> senhor feu<strong>da</strong>l. O<br />

<strong>homem</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de poderia, de repente, precisar de algum dinheiro<br />

para inverter em negócios, e gostava de pensar que podia<br />

hipotecar ou vender sua proprie<strong>da</strong>de para obtê-lo, sem pedir<br />

permissão a uma série de proprietários. A própria escritura<br />

pública de Lorris tratava <strong>do</strong> assunto, nestes termos: “Qualquer<br />

ci<strong>da</strong>dão que desejar vender sua proprie<strong>da</strong>de terá o privilégio<br />

de fazê-lo?” 28a Basta recor<strong>da</strong>r o sistema de administração <strong>da</strong><br />

terra descrito no primeiro capítulo para verificar quantas modificações<br />

se produziram com o comércio e as ci<strong>da</strong>des.<br />

As populações urbanas desejavam proceder a seus próprios<br />

julgamentos, em seus próprios tribunais. Eram contrárias às cortes<br />

feu<strong>da</strong>is vagarosas, que se destinavam a tratar <strong>do</strong>s casos de<br />

uma comuni<strong>da</strong>de estática, e totalmente inadequa<strong>da</strong>s aos novos<br />

problemas que surgiam numa ci<strong>da</strong>de comercial dinâmica. Que<br />

sabia, por exemplo, um senhor feu<strong>da</strong>l sobre hipotecas, letras de<br />

crédito, ou jurisprudência de negócios em geral? Absolutamente<br />

na<strong>da</strong>. E, de qualquer mo<strong>do</strong>, se soubesse tu<strong>do</strong> isso, é mais que<br />

certo que se utilizaria de seus conhecimentos e posição em benefício<br />

próprio, não em favor <strong>do</strong> <strong>homem</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. As populações<br />

urbanas queriam estabelecer seus próprios tribunais, devi<strong>da</strong>mente<br />

capacita<strong>do</strong>s a tratar de seus problemas, em seu inte-<br />

28 A Source Book of MedievaL History, p. 328 organiza<strong>do</strong> por<br />

F. A. Ogg. American Book Company, N. Y., 1907.<br />

28a Ibid

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