historia da riqueza do homem
historia da riqueza do homem
historia da riqueza do homem
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
SURGEM NOVAS IDÉIAS 91<br />
mata um rebelde... ...faz o que é certo... ...Portanto, to<strong>do</strong>s os<br />
que puderem devem punir, estrangular ou apunhalar, secreta<br />
ou publicamente... ...Os que perecerem nessa luta devem<br />
realmente ser considera<strong>do</strong>s felizes, pois nenhuma morte mais<br />
nobre poderia ocorrer a ninguém.” 92<br />
Uma <strong>da</strong>s razões, portanto, <strong>do</strong> êxito de Lutero foi não cometer<br />
o engano de tentar derrubar os privilegia<strong>do</strong>s. Outra razão importante<br />
para o advento <strong>da</strong> Reforma naquele preciso momento<br />
está no fato de que Lutero, Calvino e Knox apelavam para o espírito<br />
nacionalista de seus adeptos, num perío<strong>do</strong> em que esse<br />
sentimento crescia. Como a oposição religiosa a Roma coincidia<br />
com os interesses <strong>do</strong> nascente Esta<strong>do</strong> nacional, tinha possibili<strong>da</strong>des<br />
de êxito.<br />
Naquela época, quan<strong>do</strong> a luta <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nacional contra a<br />
autori<strong>da</strong>de papa! se estava tornan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais agu<strong>da</strong>, o<br />
“Discurso à Nobreza Alemã” de Lutero encerrava esse conselho<br />
caro aos príncipes: “Porquanto o poder temporal foi concedi<strong>do</strong><br />
por Deus para a punição <strong>do</strong>s maus e a proteção <strong>do</strong>s bons, devemos<br />
permitir que ele cumpra seu dever em to<strong>da</strong> a Cristan<strong>da</strong>de,<br />
sem respeito a pessoas, quer atinja papas, bispos, padres, monges,<br />
freiras ou quem quer que seja.” 93 Parte desse dever, sugere<br />
astutamente, é acabar com o controle pelos estrangeiros, e —<br />
insinua — tomar os tesouros e terras <strong>da</strong> Igreja. Esse último ponto<br />
é importante. “Acredita-se que mais de trezentos mil florins<br />
são envia<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Alemanha a Roma to<strong>do</strong> ano, sem qualquer razão...<br />
...Há muito os impera<strong>do</strong>res e príncipes <strong>da</strong> Alemanha permitiram<br />
ao papa recolher annates de to<strong>do</strong>s os feu<strong>do</strong>s alemães,<br />
ou seja, a metade <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong> primeiro ano de to<strong>do</strong>s os feu<strong>do</strong>s...<br />
...e como os annates estão sofren<strong>do</strong> vergonhosos abusos...<br />
...eles [os príncipes] não devem permitir que suas terras e seu<br />
povo sejam tão lamentavelmente e injustamente despoja<strong>do</strong>s e<br />
arruina<strong>do</strong>s: por meio de uma lei imperial ou nacional, devem<br />
conservar no país os annates, ou aboli-los totalmente.” 94<br />
Diga-se a um grupo de pessoas que não só têm o direito<br />
como o dever de expulsar o estrangeiro poderoso que vem desafian<strong>do</strong><br />
sua autori<strong>da</strong>de, em seu próprio país; acene-se para tal<br />
grupo a enorme <strong>riqueza</strong> <strong>do</strong> estrangeiro como prêmio a ser colhi-<br />
92 Ibid., pp. 85-6.<br />
93 Lutero, Discurso à Nobreza Alemã.<br />
94 Ibid.
Change language