historia da riqueza do homem
historia da riqueza do homem
historia da riqueza do homem
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
“A SEMENTE QUE SEMEAIS, OUTRO COLHE...” 205<br />
trializa<strong>do</strong>s, onde o sistema fabril levou ao desenvolvimento de<br />
grandes ci<strong>da</strong>des. Isso foi assinala<strong>do</strong> por Friedrich Engels em<br />
1844: “Se a centralização <strong>da</strong> população estimula e desenvolve a<br />
classe <strong>do</strong>s proprietário; força também o desenvolvimento <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res,<br />
ain<strong>da</strong> mais rapi<strong>da</strong>mente. Os trabalha<strong>do</strong>res começam<br />
a se sentir como uma Classe, como um to<strong>do</strong>; começam a perceber<br />
que, embora fracos como indivíduos, formam um poder<br />
quan<strong>do</strong> uni<strong>do</strong>s. Sua separação <strong>da</strong> burguesia, a formação de idéias<br />
peculiares aos trabalha<strong>do</strong>res e correspondentes à sua situação na<br />
vi<strong>da</strong>, são estimula<strong>da</strong>s, desperta a consciência <strong>da</strong> opressão, e eles<br />
atingem a importância social e política. As grandes ci<strong>da</strong>des são o<br />
berço <strong>do</strong>s movimentos trabalhistas; nelas, os trabalha<strong>do</strong>res começam<br />
a refletir sobre sua condição, e a lutar contra ela; nelas a<br />
oposição entre proletaria<strong>do</strong> e burguesia se manifestou inicial<br />
mente; delas saíram o sindicalismo, o cartismo e o socialismo.”<br />
231<br />
A Revolução Industrial, inicia<strong>da</strong> na Inglaterra, espalhou-se<br />
por outros países. Em alguns, ain<strong>da</strong> está ocorren<strong>do</strong>. E embora<br />
nem sempre siga o modelo inglês, viran<strong>do</strong> de condições ou na<br />
atitude <strong>do</strong>s ricos, ou na reforma <strong>da</strong> legislação aprova<strong>da</strong> pelos<br />
órgãos <strong>do</strong> governo, não obstante num ponto to<strong>do</strong>s os países repetiram<br />
a história <strong>da</strong> Inglaterra. Houve, em to<strong>da</strong> parte, uma<br />
guerra aos sindicatos.<br />
É uma velha guerra. As associações de trabalha<strong>do</strong>res com<br />
objetivo de melhorar suas condições foram declara<strong>da</strong>s ilegais já<br />
no século XIV, e em to<strong>do</strong>s os séculos seguintes houve leis contra<br />
tais agremiações. Em 1776 A<strong>da</strong>m Smith escreveu a propósito:<br />
“Os salários habituais <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res dependem em to<strong>da</strong><br />
parte <strong>do</strong> contrato usualmente feito entre essas duas partes, cujos<br />
interesses não são, de forma alguma, os mesmos. Os trabalha<strong>do</strong>res<br />
desejam conseguir o máximo possível, os patrões <strong>da</strong>r apenas<br />
o mínimo. Os primeiros estão dispostos a se agrupar para.<br />
elevar os salários <strong>do</strong> trabalho, os segun<strong>do</strong>s também, mas com o<br />
objetivo de reduzir esses salários.<br />
“Não é difícil, porém, prever qual <strong>da</strong>s duas partes deve, em<br />
to<strong>da</strong>s as ocasiões normais, ter vantagem na disputa Os patrões,<br />
sen<strong>do</strong> em menor número, podem reunir-se com muito mais facili<strong>da</strong>de;<br />
e a lei, além disso, autoriza, ou pelo menos não proí-<br />
231 Engels, op. cit.<br />
232 A<strong>da</strong>m Smith, op. cit., vol. I, pp. 68-69