historia da riqueza do homem
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214 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />
este se harmoniza com o suprimento de alimentos. “O crescimento<br />
superior <strong>da</strong> população é conti<strong>do</strong>, e a população real se<br />
mantém em nível com os meios de subsistência pela miséria e<br />
pelos vícios.” 241<br />
Assim, a razão pela qual as classes trabalha<strong>do</strong>ras eram pobres,<br />
disse Malthus, não estava nos lucros excessivos (razão humana)<br />
mas no fato de que a população aumenta mais depressa<br />
<strong>do</strong> que a subsistência (lei natural). Na<strong>da</strong> se poderia, porém fazer<br />
para melhorar a situação <strong>do</strong>s pobres? “Na<strong>da</strong>”, disse Malthus na<br />
primeira edição de seu livro: “Ë sem dúvi<strong>da</strong> um pensamento<br />
muito acabrunha<strong>do</strong>r, o de que o grande obstáculo a qualquer<br />
melhoria extraordinária <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de seja uma natureza impossível<br />
de superar.” 242<br />
Mas na segun<strong>da</strong> edição, publica<strong>da</strong> em 1803, ele achou uma<br />
solução. Além <strong>da</strong> miséria e <strong>do</strong> vício, um terceiro controle <strong>da</strong> população<br />
era possível — o “controle moral”. Greves, revoluções,<br />
cari<strong>da</strong>de, regulamentações governamentais, na<strong>da</strong> disso poderia<br />
aju<strong>da</strong>r os pobres em sua miséria — eles é que deviam ser responsabiliza<strong>do</strong>s,<br />
porque se reproduziam tão rapi<strong>da</strong>mente. Impeça-se<br />
que casem tão ce<strong>do</strong>. Pratiquem o “controle moral” — não<br />
tenham famílias tão grandes — e assim poderão ter esperanças<br />
de se aju<strong>da</strong>rem a si mesmos. Quem servia melhor à socie<strong>da</strong>de<br />
— a mulher que se casava e tinha muitos filhos, ou a solteirona?<br />
Malthus achava que era a segun<strong>da</strong>: “A matrona que criou uma<br />
família de 10 ou 12 filhos, que talvez estejam lutan<strong>do</strong> pela pátria,<br />
pode achar que a socie<strong>da</strong>de lhe deve muito... ...Mas se a<br />
questão for imparcialmente examina<strong>da</strong>, e a matrona respeita<strong>da</strong><br />
tiver seu peso aferi<strong>do</strong> na escala <strong>da</strong> justiça, em relação à despreza<strong>da</strong><br />
solteirona, é possível que a matrona leve a pior?” 243<br />
Boa notícia para os ricos, a de que os pobres eram os únicos<br />
culpa<strong>do</strong>s de sua pobreza.<br />
Depois de A<strong>da</strong>m Smith, o mais importante <strong>do</strong>s economistas<br />
clássicos foi David Ricar<strong>do</strong>. Era um judeu londrino que fizera<br />
grande fortuna nas ações <strong>da</strong> Bolsa. Seu livro The Principles of<br />
Political Economy and Taxation, publica<strong>do</strong> em 1817, é considera<strong>do</strong><br />
por muitos como o primeiro a tratar a Economia como<br />
uma ciência. A Wealth of Nations de A<strong>da</strong>m Smith é leitura fá-<br />
241 Ibid., p. 141<br />
242 Ibid., p. 346<br />
243 Ibid., 2ª ed., p. 549.