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historia da riqueza do homem

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“TRABALHADORES DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS” 231<br />

capitalista de produção se apresenta como ‘uma imensa acumulação<br />

de merca<strong>do</strong>rias’, ten<strong>do</strong> por uni<strong>da</strong>de a merca<strong>do</strong>ria isola<strong>da</strong>.<br />

Nossa investigação deve, portanto, começar com a análise de<br />

uma merca<strong>do</strong>ria.” 265<br />

Um bem se transforma em merca<strong>do</strong>ria ao ser produzi<strong>do</strong> não<br />

para o consumo direto, mas para a troca. Um paletó feito para<br />

uso próprio não é uma merca<strong>do</strong>ria. Um paletó feito para ser<br />

vendi<strong>do</strong> a alguém — para ser troca<strong>do</strong> por dinheiro ou por outro<br />

artigo — é uma merca<strong>do</strong>ria. “Quem satisfaz diretamente suas<br />

necessi<strong>da</strong>des com o produto de seu próprio trabalho cria, na<br />

ver<strong>da</strong>de, valores de uso, mas não merca<strong>do</strong>rias. A fim de produzi-las,<br />

deve produzir não apenas valores de uso, mas valores de<br />

uso para outros, valores de uso sociais.” 266 O <strong>homem</strong> que faz<br />

um paletó, não para usar, mas para trocar, para vender, produziu<br />

uma merca<strong>do</strong>ria.<br />

A questão importante, a seguir, é o preço pelo qual a trocará.<br />

O que determina o valor dessa merca<strong>do</strong>ria? Compare-se esse<br />

paletó com outra merca<strong>do</strong>ria — um par de sapatos. Como artigos,<br />

como meios de satisfazer as necessi<strong>da</strong>des humanas, não parece<br />

haver muito em comum entre eles. Nem entre eles e outras<br />

merca<strong>do</strong>rias — pão, lápis, salsicha etc. Mas estas só podem ser<br />

troca<strong>da</strong>s entre si por terem algo em comum, e o que têm em.comum,<br />

diz Marx, é serem produtos <strong>do</strong> trabalho. To<strong>da</strong>s as merca<strong>do</strong>rias<br />

são produtos <strong>do</strong> trabalho. O valor, portanto, ou a taxa a<br />

que uma merca<strong>do</strong>ria é troca<strong>da</strong>, é determina<strong>do</strong> pelo total de trabalho<br />

nela encerra<strong>do</strong>. E esse total é medi<strong>do</strong> pela extensão de sua<br />

duração, isto é, tempo de trabalho. “Vemos, então, que o valor de<br />

qualquer artigo é determina<strong>do</strong> pela quanti<strong>da</strong>de de trabalho socialmente<br />

necessário, ou tempo de trabalho socialmente necessário<br />

para sua produção... ...O valor de uma merca<strong>do</strong>ria está em proporção<br />

ao valor de qualquer outra, na medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> tempo de trabalho<br />

necessário à produção de uma e à produção de outra?” 287<br />

Se, portanto, foram necessárias 16 horas para produzir o<br />

paletó, ao passo que o par de sapatos exigiu 8 horas, o primeiro<br />

terá o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> valor, e um paletó será troca<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is pares de<br />

sapatos. Marx compreendia que os <strong>do</strong>is tipos de trabalhos nos<br />

<strong>do</strong>is casos não eram exatamente os mesmos — o paletó encerrava<br />

o trabalho <strong>do</strong> fiandeiro, <strong>do</strong> tecelão, <strong>do</strong> alfaiate etc., ao passo<br />

que outros tipos de trabalho iam para o sapato. Mas, diz Marx,<br />

266 Ibid.<br />

267 Ibid.

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