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historia da riqueza do homem

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284 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

lários significa a destruição <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> para a maior oferta de<br />

merca<strong>do</strong>rias. Hobson se preocupa com a restauração <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

(e portanto <strong>do</strong>s lucros) pelo aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de aquisitiva<br />

<strong>da</strong>s massas. Hayek se preocupa com a restauração <strong>do</strong> lucro<br />

pela redução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de aquisitiva <strong>da</strong>s massas (redução de<br />

salários). 336<br />

E nisso, segun<strong>do</strong> os adeptos de Karl Marx, está o dilema <strong>do</strong><br />

capitalismo — não pode fazer as duas coisas. Argumentam que,<br />

por isso, as crises são inevitáveis no capitalismo. Enquanto to<strong>do</strong>s<br />

os outros economistas vêem nisso ou naquilo a causa <strong>da</strong> crise,<br />

e sugerem que, se determina<strong>do</strong> remédio for a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> irá<br />

bem, Marx diz que não há saí<strong>da</strong> dentro <strong>do</strong> sistema capitalista.<br />

Para acabar com as crises, escreveu ele, é preciso acabar com o<br />

capitalismo.<br />

A análise <strong>da</strong> crise feita por Marx é inerente à sua teoria<br />

como um to<strong>do</strong>. Sua teoria <strong>da</strong> produção capitalista e sua teoria<br />

que explica o colapso dessa produção são a mesma — e têm a<br />

mesma raiz.<br />

A finali<strong>da</strong>de essencial <strong>do</strong> sistema de produção capitalista é<br />

obter lucro. Marx pôde provar que há uma tendência de redução<br />

na taxa de lucro. E que isso não era um acaso. Tinha de ser. A<br />

estrutura <strong>do</strong> sistema produtivo capitalista tornava tal redução<br />

inevitável. (Seria bom que o leitor voltasse às páginas 226-233<br />

e relesse atentamente a teoria de valor <strong>do</strong> trabalho de Marx.)<br />

Marx divide o capital em duas partes — a constante e a variável.<br />

O capital constante é a parte emprega<strong>da</strong> em fábricas, máquinas,<br />

ferramentas, matéria-prima etc. O variável é a parte emprega<strong>da</strong><br />

na aquisição de força de trabalho — em salários. O capital<br />

constante tem esse nome pelo fato de que no processo de<br />

produção seu valor permanece constante — até o produto final,<br />

seu exato valor original é transferi<strong>do</strong>, nem mais nem menos.<br />

O capital variável tira seu nome <strong>do</strong> fato de que no processo<br />

de produção seu valor original se transfere ao produto final.<br />

Ao passo que o capital constante é estéril, pois não cria nenhum<br />

valor novo no processo produtivo, o capital variável é<br />

criativo pelo fato de que ele (e apenas ele) cria novos valores<br />

no processo de produção. É o capital variável que cria um va-<br />

336 Cf. John Strachey, The Nature of the Capitalist Crises, N. York,<br />

1935, para uma explicação mais detalha<strong>da</strong> desse ponto.

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