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historia da riqueza do homem

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30 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

“— E faremos ain<strong>da</strong> mais: juntaremos 50 galés arma<strong>da</strong>s,<br />

por amor de Deus; sob a condição de que, enquanto perdurar<br />

nossa aliança, em ca<strong>da</strong> conquista de terra ou dinheiro que realizarmos,<br />

por mar ou terra, teremos a metade, e vós a outra...<br />

“Os mensageiros... declararam: — Senhor, estamos prontos<br />

a firmar este acor<strong>do</strong>.” 23<br />

Podemos concluir, desse acor<strong>do</strong>, que embora os venezianos<br />

estivessem desejosos de aju<strong>da</strong>r a marcha dessa Cruza<strong>da</strong>, “por<br />

amor de Deus”, não permitiam que tão grande amor os cegasse<br />

quanto à melhor parte <strong>da</strong> pilhagem. Eram grandes homens de negócios.<br />

Do ponto de vista religioso, pouco duraram os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong>s Cruza<strong>da</strong>s já que os muçulmanos, oportunamente, retomaram<br />

o reino de Jerusalém. Do ponto de vista <strong>do</strong> comércio, entretanto,<br />

os resulta<strong>do</strong>s foram tremen<strong>da</strong>mente importantes. Elas aju<strong>da</strong>ram<br />

a despertar a Europa de seu sono feu<strong>da</strong>l, espalhan<strong>do</strong> sacer<strong>do</strong>tes,<br />

guerreiros, trabalha<strong>do</strong>res e uma crescente classe de comerciantes<br />

por to<strong>do</strong> o continente; intensificaram a procura de merca<strong>do</strong>rias<br />

estrangeiras; arrebataram a rota <strong>do</strong> Mediterrâneo <strong>da</strong>s mãos <strong>do</strong>s<br />

muçulmanos, e a converteram, outra vez, na maior rota comercial.<br />

entre o Oriente e o Ocidente, tal como antes.<br />

Se os séculos XI e XII presenciaram um renascimento <strong>do</strong><br />

comércio no Mediterrâneo, ao sul, viram também o grande despertar<br />

<strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong>des comerciais nos mares <strong>do</strong> Norte. Nessas<br />

águas, o comércio não renasceu. Pela primeira vez, tornou-se<br />

realmente intenso.<br />

No mar <strong>do</strong> Norte e no Báltico, os navios corriam de um<br />

ponto a outro para apanhar peixe, madeira, peles, couros e peliças.<br />

Um <strong>do</strong>s centros desse comércio nos mares <strong>do</strong> Norte era a<br />

ci<strong>da</strong>de de Bruges, em Flandres. Tal como Veneza, ao sul, constituía<br />

o elo <strong>da</strong> Europa com o Oriente, Bruges estabelecia contacto<br />

com o mun<strong>do</strong> russo-escandinavo. Restava, apenas, a esses<br />

<strong>do</strong>is centros afasta<strong>do</strong>s, encontrar seu melhor ponto de encontro,<br />

onde a grande quanti<strong>da</strong>de de artigos de necessi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> Norte<br />

poderia ser troca<strong>da</strong> facilmente pelos produtos estranhos e caros<br />

<strong>do</strong> Oriente. E como o comércio, ten<strong>do</strong> um bom começo, cresce<br />

como uma bola de neve rolan<strong>do</strong> a encosta, não demorou muito<br />

para que se descobrisse esse centro comercial. Os merca<strong>do</strong>res<br />

que conduziam as merca<strong>do</strong>rias <strong>do</strong> Norte encontravam-se com<br />

os que cruzavam os Alpes, vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sul, na planície <strong>da</strong> Cham-<br />

23 Translation and Reprints, op. cit., vol III Seção I. Séries para 1896

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