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historia da riqueza do homem

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266 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

áreas coloniais que o capital excedente encontrou oportuni<strong>da</strong>des<br />

para investimento lucrativo.<br />

Mas isso não é tu<strong>do</strong>. Além <strong>do</strong>s lucros obti<strong>do</strong>s diretamente<br />

com o investimento, os empréstimos eram feitos de tal maneira<br />

que grande parte deles tinha de ser gasta na metrópole. Assim,<br />

quan<strong>do</strong> a Inglaterra fez empréstimos à Argentina para a construção<br />

de ferrovias, a maioria <strong>do</strong>s trilhos, material rolante etc., foi<br />

compra<strong>da</strong> na Inglaterra — com lucro para os fabricantes ingleses.<br />

A exportação <strong>do</strong> capital excedente trouxe, nesse caso, também,<br />

lucro para os industriais ingleses. A exportação <strong>do</strong> capital<br />

excedente levou à exportação de merca<strong>do</strong>rias excedentes, também.<br />

Assim, tanto o investi<strong>do</strong>r como o industrial verificaram ser<br />

de seu interesse colaborar na política de controlar ou tomar áreas<br />

coloniais. Este foi um <strong>do</strong>s aspectos <strong>da</strong> aliança entre a finança e a<br />

indústria que caracteriza a moderna socie<strong>da</strong>de econômica a tal<br />

ponto que tem si<strong>do</strong> chama<strong>da</strong> de i<strong>da</strong>de <strong>do</strong> capital financeiro. Isso<br />

significa que as finanças — o controle de vastas somas de capital<br />

mais a indústria, que utiliza esse capital com objetivos de lucro<br />

— constituem a força <strong>do</strong>minante <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> de hoje.<br />

A aliança <strong>da</strong> indústria e <strong>da</strong> finança em busca de lucros nos<br />

merca<strong>do</strong>s para produtos e capital foi a mota principal <strong>do</strong> imperialismo.<br />

Disse J. A. Hobson, em 1902, ao publicar seu estu<strong>do</strong><br />

pioneiro sobre o assunto: “O imperialismo é a tentativa <strong>do</strong>s<br />

grandes controla<strong>do</strong>res <strong>da</strong> indústria de ampliar o canal para o<br />

fluxo de sua <strong>riqueza</strong> excedente, procuran<strong>do</strong> merca<strong>do</strong>s estrangeiros<br />

e investimentos estrangeiros que consumam as merca<strong>do</strong>rias e<br />

o capital que não podem vender ou empregar internamente.” 310<br />

Esse é o porquê <strong>do</strong> imperialismo. Como os controla<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

indústria “ampliam o canal para o fluxo de sua <strong>riqueza</strong> excedente”<br />

é outra história que o leitor provavelmente conhece. Tem havi<strong>do</strong><br />

muitas formas — os últimos exemplos foram os <strong>da</strong> “missão<br />

civiliza<strong>do</strong>ra” <strong>da</strong> Itália na Abissínia, ou a “penetração” <strong>do</strong> Japão<br />

na China. Antigamente, no último quartel <strong>do</strong> século XIX, particularmente<br />

na África, o processo era mais simples. “Em quase<br />

to<strong>do</strong>s os casos, os primeiros passos no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> divisão e incorporação<br />

<strong>do</strong> território africano aos Esta<strong>do</strong>s europeus eram <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

pelos homens de negócios ou companhias capitalistas, trabalhan<strong>do</strong><br />

em cooperação com explora<strong>do</strong>res ou com agentes próprios,<br />

O processo habitual era o explora<strong>do</strong>r ou agente penetrar<br />

310 J. A. Hobson, Imperialism, J. Pott & Co., N. York, 1902, p. 91.

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