historia da riqueza do homem
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SURGEM NOVAS IDÉIAS 85<br />
central forte, e por um campo mais amplo de ativi<strong>da</strong>des econômicas,<br />
eram <strong>do</strong> interesse <strong>da</strong> classe média como um to<strong>do</strong>. Os reis<br />
sustentavam-se com o dinheiro recolhi<strong>do</strong> <strong>da</strong> burguesia, e dependiam,<br />
ca<strong>da</strong> vez mais, de seu conselho e aju<strong>da</strong> no governo de seus<br />
crescentes reinos. Os juízes, ministros e funcionários vinham,<br />
em geral, dessa classe. Na França <strong>do</strong> século XV, Jacques<br />
Coeur, banqueiro de Lyon e um <strong>do</strong>s homens mais ricos <strong>da</strong><br />
época,. tornou-se conselheiro real. Na Inglaterra <strong>do</strong>s Tu<strong>do</strong>r, Thomas<br />
Cromwell, advoga<strong>do</strong>, e Thomas Gresham, merceeiro, chegaram<br />
a ministros <strong>da</strong> Coroa. “Um pacto tácito foi concluí<strong>do</strong> entre<br />
ela [a realeza] e a burguesia industrial de empreende<strong>do</strong>res e emprega<strong>do</strong>res.<br />
Colocavam a serviço <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> monárquico sua influência<br />
política e social, os recursos de sua inteligência e sua <strong>riqueza</strong>.<br />
Em troca, o Esta<strong>do</strong> multiplicava seus privilégios econômicos<br />
e sociais. Subordinava a ela os trabalha<strong>do</strong>res comuns, manti<strong>do</strong>s<br />
nessa posição e obriga<strong>do</strong>s a uma obediência rigorosa.” 81<br />
Era um exemplo perfeito <strong>do</strong> provérbio “Uma mão lava a outra”.<br />
Um interessante sinal <strong>do</strong>s tempos, na Inglaterra, foi o afastamento<br />
<strong>do</strong>s venezianos e <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>res alemães <strong>da</strong> Liga Hanseática,<br />
que tinham uma “estação” em Londres. Os estrangeiros haviam,<br />
sempre, controla<strong>do</strong> a importação e exportação <strong>do</strong> país. Haviam<br />
compra<strong>do</strong> a vários reis, sucessivamente, seus lucrativos privilégios<br />
comerciais. Mas nos séculos XV e XVI os comerciantes<br />
ingleses começaram a levantar a cabeça. O grupo denomina<strong>do</strong><br />
Merca<strong>do</strong>res Aventureiros, principalmente, era uma associação<br />
particularmente ativa, que desejava arrancar <strong>da</strong>s mãos <strong>do</strong>s estrangeiros<br />
esse comércio proveitoso. A princípio não realizaram<br />
grandes progressos, porque o rei queria dinheiro em troca de concessões,<br />
e porque medi<strong>da</strong>s drásticas poderiam provocar problemas<br />
com outros governos. Mas os Merca<strong>do</strong>res Aventureiros ingleses<br />
insistiram, e em 1534 os venezianos perderam seus privilégios,<br />
e seis anos mais tarde a Liga Hanseática reclamava ao rei:<br />
“Muito embora a concessão tivesse si<strong>do</strong> feita há muito tempo aos<br />
merca<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Liga Hanseática, e essa mesma concessão tivesse<br />
si<strong>do</strong> renova<strong>da</strong> e permiti<strong>da</strong> por Vossa Excelsa Majestade, para que<br />
nenhuma forma de imposto, pensão ou pagamento indevi<strong>do</strong> seja<br />
cobra<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas, merca<strong>do</strong>rias ou produtos <strong>do</strong>s ditos merca<strong>do</strong>-<br />
81 P. Boissonnade, Le Socialisme d’État (1453-1661). Champion,<br />
Paris, 1927, pp. 9-10.<br />
82 Tu<strong>do</strong>r Economic Documents, op. cit., vol. II, p. 31.