historia da riqueza do homem
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74 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />
prima e pagar 25 libras, mas se “os filhos <strong>do</strong>s mestres desejarem<br />
iniciar e continuar sua ativi<strong>da</strong>de na referi<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, poderão<br />
fazê-lo se tiverem experiência, e pagarão apenas a soma d 10 libras”.<br />
67 Esse exclusivismo foi leva<strong>do</strong> às últimas conseqüências<br />
os estatutos <strong>do</strong>s fabricantes de toalhas e guar<strong>da</strong>napos de Paris,<br />
onde se estabelecia que “ninguém pode ser mestre-tecelão, se<br />
não for filho de um mestre.” 68<br />
Como se sentiriam os jornaleiros, ven<strong>do</strong> que as oportuni<strong>da</strong>des<br />
de melhorar sua posição, tornan<strong>do</strong>-se mestres, desapareciam?<br />
Ressentiam-se, naturalmente. Tornou-se ca<strong>da</strong> vez mais<br />
claro que seus direitos e interesses chocavam-se com os <strong>do</strong>s<br />
mestres. Que poderiam fazer? Formaram associações próprias.<br />
Tentaram assegurar um monopólio <strong>do</strong> trabalho, tal como os<br />
mestres tentavam assegurar o monopólio deste ou <strong>da</strong>quele<br />
ramo. Dessa forma, entre os fabricantes de pregos de Paris era<br />
proibi<strong>do</strong> contratar um trabalha<strong>do</strong>r de outro lugar, enquanto houvesse<br />
trabalha<strong>do</strong>r local precisan<strong>do</strong> de emprego... ...Os trabalha<strong>do</strong>res<br />
nas pa<strong>da</strong>rias de Toulouse, os trabalha<strong>do</strong>res em sapatos em<br />
Paris, organizaram associações em oposição às correspondentes<br />
socie<strong>da</strong>des de mestres... “ 69<br />
Essas associações, tal como os sindicatos de hoje, procuravam<br />
conseguir maiores salários para seus membros, e, como os<br />
sindicatos, enfrentavam a resistência <strong>do</strong>s patrões. Queixaramse<br />
estes às autori<strong>da</strong>des municipais, que declararam ilegais as<br />
associações de trabalha<strong>do</strong>res, ou jornaleiros. Isso ocorreu em<br />
Londres em 1396, segun<strong>do</strong> um velho <strong>do</strong>cumento que narra a<br />
disputa entre os mestres seleiros e seus trabalha<strong>do</strong>res: “e sob<br />
uma falsa aparência de santi<strong>da</strong>de, muitos <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res no<br />
ramo influenciaram os jornaleiros seus companheiros [hoje seriam<br />
chama<strong>do</strong>s de “comunistas”] e formaram associações próprias,<br />
com o objetivo de elevar muito os salários... ...sen<strong>do</strong> por<br />
isso determina<strong>do</strong> [pelo Alcaide e Intendentes] que os trabalha<strong>do</strong>res<br />
no menciona<strong>do</strong> ofício estejam sob governo e controle <strong>do</strong>s<br />
mestres <strong>do</strong> ofício; o mesmo se aplica a to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res<br />
em outros ofícios na mesma ci<strong>da</strong>de; e, no futuro, não terão associação,<br />
reuniões ou grupos, ou outras coisas proibi<strong>da</strong>s, sob<br />
pena de castigo.” 70<br />
767 Thierry, op. cit., vol. II, p. 5.<br />
68 Renard, op. clt. p. 39.<br />
69 Ibid., p. 19.