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historia da riqueza do homem

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148 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

tante tempo — a exposição só é váli<strong>da</strong> “como tempo”. Mas a<br />

explicação de Hume realmente derrubou a importância <strong>da</strong><strong>da</strong> pelos<br />

mercantilistas às grandes reservas de metais preciosos.<br />

Uma após outra, as teorias mercantilistas foram ataca<strong>da</strong>s<br />

por vários autores no momento mesmo em que estavam sen<strong>do</strong><br />

formula<strong>da</strong>s. A questão <strong>do</strong> comércio livre, particularmente, foi<br />

defendi<strong>da</strong> pelos fisiocratas na França.<br />

Era de esperar que a oposição à restrição e regulamentação<br />

mercantilista surgisse mais acentua<strong>da</strong>mente na França, pois foi<br />

nesse país que o controle estatal <strong>da</strong> indústria atingiu o máximo.<br />

A indústria estava ali cercea<strong>da</strong> por uma tal rede de “pode” e<br />

“não pode” e por um exército de inspetores abelhu<strong>do</strong>s que impunham<br />

os regulamentos prejudiciais, que é difícil compreender<br />

como se conseguia fazer qualquer coisa. As regras e regulamentos<br />

<strong>da</strong>s corporações já eram bastante prejudiciais. Continuaram<br />

em vigor, ou foram substituí<strong>do</strong>s por outros regulamentos governamentais,<br />

ain<strong>da</strong> mais minuciosos, e que se destinavam a proteger<br />

e aju<strong>da</strong>r a indústria <strong>da</strong> França. De certa forma, aju<strong>da</strong>ram.<br />

Mas ain<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> tinham utili<strong>da</strong>de, aborreciam aos industriais.<br />

Podia o fabricante de teci<strong>do</strong>s, por exemplo, fabricar o tipo de<br />

fazen<strong>da</strong> que lhe agra<strong>da</strong>sse? Não. Os teci<strong>do</strong>s tinham de ser de<br />

uma quali<strong>da</strong>de determina<strong>da</strong>, e na<strong>da</strong> mais. Podia o fabricante de<br />

chapéus atrair a procura <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, produzin<strong>do</strong> chapéus<br />

feitos de uma mistura de castor, pele e lã? Não. Só podia fazer<br />

chapéus to<strong>do</strong>s de castor ou to<strong>do</strong>s de lã, e na<strong>da</strong> mais. Podia o fabricante<br />

usar uma ferramenta nova e talvez melhor na produção<br />

de suas merca<strong>do</strong>rias? Não. As ferramentas tinham que ser de<br />

determina<strong>do</strong> tamanho e forma, e os inspetores apareciam sempre<br />

para verificar isso. 156 116<br />

O resulta<strong>do</strong> natural desse avanço excessivo numa direção<br />

seria um movimento igualmente profun<strong>do</strong> na outra. O controle<br />

demasia<strong>do</strong> <strong>da</strong> indústria estimulou a luta pela ausência total de<br />

controle. Um <strong>do</strong>s pioneiros dessa luta foi um comerciante francês<br />

chama<strong>do</strong> Gournay. Dele escreveu Turgot, famoso ministro<br />

<strong>da</strong>s Finanças <strong>da</strong> França: “Espantou-se ele ao verificar que um<br />

ci<strong>da</strong>dão não podia fazer nem vender na<strong>da</strong> sem ter compra<strong>do</strong> o<br />

direito disso, conseguin<strong>do</strong>, por alto preço, sua admissão numa<br />

corporação... ...Nem havia imagina<strong>do</strong> que um reino onde a ordem<br />

de sucessão fora estabeleci<strong>da</strong> apenas pela tradição... ...o<br />

156 Cf. Renard e Weulersse, op. cit., pp. 180-182.

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