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historia da riqueza do homem

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O CAMPONÊS ROMPE AMARRAS 55<br />

tinham ocasionalmente perambula<strong>do</strong> e gosta<strong>do</strong>. Nesse mun<strong>do</strong><br />

em transformação havia uma oportuni<strong>da</strong>de real para gente como<br />

ele. Se. trabalhasse mais, fizesse colheitas superiores às suas necessi<strong>da</strong>des,<br />

poderia reunir algum dinheiro com o qual — talvez<br />

— lhe fosse possível pagar em dinheiro os serviços que devia<br />

ao senhor. Se o senhor não aliviasse o peso que recaía sobre<br />

seus ombros, poderia então ir para a ci<strong>da</strong>de ou para uma região<br />

não.cultiva<strong>da</strong>, onde servos como ele abriam as florestas e recebiam<br />

em pagamento terras isentas de impostos ou taxas.<br />

Mas o senhor estava pronto a trocar o trabalho <strong>do</strong> servo<br />

pelo dinheiro. Também ele se havia familiariza<strong>do</strong> com o dinheiro<br />

e com seu valor num mun<strong>do</strong> em transformação. Tinha<br />

muita necessi<strong>da</strong>de dele para pagar as belas roupas <strong>do</strong> Oriente<br />

que comprara na feira há alguns meses. E havia também uma<br />

conta antiga <strong>do</strong> arma<strong>do</strong>r, pela bonita cota de malha compra<strong>da</strong><br />

para a última expedição guerreira O senhor tinha muito em<br />

que empregar qualquer dinheiro que o servo lhe pudesse pagar.<br />

Estava pronto a concor<strong>da</strong>r que, a partir de então, seu servo<br />

lhe pagasse um tanto por hectare anualmente, ao invés de trabalhar<br />

<strong>do</strong>is ou três dias por semana, como até então. O senhor<br />

realmente não tinha alternativa, pois se não aliviasse as obrigações<br />

<strong>do</strong>s servos, era muito possível que alguns deles fugissem,<br />

deixan<strong>do</strong>-o sem dinheiro e trabalho, e numa bela esparrela.<br />

Não, era melhor deixar os servos pagarem um arren<strong>da</strong>mento<br />

ao invés de <strong>da</strong>r trabalho, como antes.<br />

Além disso, havia muito que o senhor percebera ser o trabalho<br />

livre mais produtivo <strong>do</strong> que o trabalho escravo. Sabia<br />

que o trabalha<strong>do</strong>r que deixava sua terra para trabalhar na terra<br />

<strong>do</strong> senhor o fazia de má vontade, sem produzir seu máximo.<br />

Era melhor deixar de la<strong>do</strong> o trabalho tradicional e alugar o que<br />

lhe fosse necessário, pagan<strong>do</strong> um salário.<br />

Foi assim que nos registros de muitas aldeias, em to<strong>da</strong> a<br />

Europa ocidental <strong>do</strong>s séculos XIII e X um número ca<strong>da</strong> vez<br />

maior de anotações semelhantes à de Stevenage, na Inglaterra,<br />

começam a surgir: “O senhor concede a S. G. a terra acima<br />

menciona<strong>da</strong> pelo pagamento de 10 sóli<strong>do</strong>s e 4 dinares ao invés<br />

<strong>do</strong>s serviços e taxas.” 45<br />

4<br />

45 T. W. Page. End of Villainage in England, pp 54, 55, American<br />

Economic Association, N. York, 1900.

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