13.04.2013 Views

historia da riqueza do homem

historia da riqueza do homem

historia da riqueza do homem

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“A SEMENTE QUE SEMEAIS, OUTRO COLHE...” 193<br />

fábricas e minas. Os horrores <strong>do</strong> industrialismo se revelam melhor<br />

pelos registros <strong>do</strong> trabalho infantil naquela época.<br />

Perante uma comissão <strong>do</strong> Parlamento em 1816, o Sr. John<br />

Moss, antigo capataz de aprendizes numa fábrica de teci<strong>do</strong>s de<br />

algodão, prestou o seguinte depoimento sobre as crianças obriga<strong>da</strong>s<br />

ao trabalho fabril:<br />

“Eram aprendizes órfãos? — To<strong>do</strong>s aprendizes órfãos.<br />

“E com que i<strong>da</strong>de eram admiti<strong>do</strong>s? — Os que. vinham de<br />

Londres tinham entre 7 e 11 anos. Os que vinham de Liverpool,<br />

tinham 8 a 15 anos.<br />

“Até que i<strong>da</strong>de eram aprendizes? — Até 21 anos.<br />

“Qual o horário de trabalho? — De 5 <strong>da</strong> manhã até 8 <strong>da</strong><br />

noite.<br />

“Quinze horas diárias era um horário normal? — Sim.<br />

“Quan<strong>do</strong> as fábricas paravam para reparos ou falta de algodão,<br />

tinham as crianças, posteriormente, de trabalhar mais para<br />

recuperar o tempo para<strong>do</strong>? — Sim.<br />

“As crianças ficavam de pé ou senta<strong>da</strong>s para trabalhar? —<br />

De pé.<br />

“Durante to<strong>do</strong> o tempo? — Sim.<br />

“Havia cadeiras na fábrica? — Não. Encontrei com freqüência<br />

crianças pelo chão, muito depois <strong>da</strong> hora em que deveriam<br />

estar <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>.<br />

“Havia acidentes nas máquinas com as crianças? — Muito<br />

freqüentemente.” 210<br />

Em 1883 a Comissão fez novamente um relatório sobre o<br />

emprego de crianças nas fábricas. Nesse relatório, há um depoimento<br />

de Thomas Clarke, de 11 anos, ganhan<strong>do</strong> 4 xelins por semana<br />

(com a aju<strong>da</strong> <strong>do</strong> irmão) como emen<strong>da</strong><strong>do</strong>r de fios. Eis parte<br />

de sua história: “Sempre nos batiam se a<strong>do</strong>rmecíamos... ...O<br />

capataz costumava pegar uma cor<strong>da</strong> <strong>da</strong> grossura de meu polegar,<br />

<strong>do</strong>brá-la, e <strong>da</strong>r-lhe nós... ...Eu costumava ir para a fábrica<br />

um pouco antes <strong>da</strong>s 6, por vezes às 5, e trabalhar até 9 <strong>da</strong> noite.<br />

Trabalhei to<strong>da</strong> a noite, certa vez... ...Nós mesmos escolhía-<br />

210 Report of the Minutes of Evidence Taken Before the Selected<br />

Committee on the State of the CMtdren Employed in the Manu factories,<br />

1816, p 178-180.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!