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historia da riqueza do homem

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“A SEMENTE QUE SEMEAIS, OUTRO COLHE...” 199<br />

momento. Os industriais dc Gloucester caracterizaram, com justiça,<br />

essa proposta como digna <strong>da</strong> pior i<strong>da</strong>de média.” 223<br />

O Dr. Ure, como o Arquidiácono Paley, era amigo <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r.<br />

Por isso, ele e os industriais de Gloucester se indignaram<br />

com essa proposta de interferir na liber<strong>da</strong>de que tinha o<br />

operário de trabalhar tanto quanto desejasse seu patrão. O que<br />

seria <strong>da</strong>s históricas liber<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s ingleses, se o Parlamento<br />

lhes tomasse o direito de estourar de trabalhar<br />

Esse argumento de que a limitação <strong>da</strong>s horas de trabalho interferia<br />

na liber<strong>da</strong>de natural <strong>do</strong> <strong>homem</strong> era muito importante.<br />

Foi usa<strong>do</strong> repeti<strong>da</strong>s vezes na América e na Inglaterra. Os industriais<br />

que o levantaram (e é bastante curioso que os trabalha<strong>do</strong>res<br />

não se importassem em ter seu direito natural, sob esse aspecto,<br />

desrespeita<strong>do</strong>) inspiraram-se no grande economista<br />

A<strong>da</strong>m Smith, o apóstolo <strong>do</strong> laissez-faire. É certo que Smith, o<br />

violento opositor <strong>da</strong>s políticas restritivas <strong>do</strong> mercantilismo, se<br />

opôs decidi<strong>da</strong>mente a tal interferência. Os industriais podiam<br />

citar a Wealth of Nations: “A proprie<strong>da</strong>de que to<strong>do</strong> <strong>homem</strong> tem<br />

de seu próprio trabalho, constituin<strong>do</strong> a base original de to<strong>da</strong>s as<br />

outras proprie<strong>da</strong>des, é a mais sagra<strong>da</strong> e inviolável. O patrimônio<br />

<strong>do</strong> pobre está na força e destreza de suas mãos; e impedi-lo de<br />

empregar essa força e destreza <strong>da</strong> forma que lhe parece justa<br />

sem prejudicar seu vizinho, é uma violação evidente <strong>do</strong> mais sagra<strong>do</strong><br />

direito... ...O julgamento de sua capaci<strong>da</strong>de de ser emprega<strong>do</strong><br />

deve ficar a cargo <strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>res, cujo interesse está a<br />

isso liga<strong>do</strong>.” 224<br />

A<strong>da</strong>m Smith escrevera isso em oposição aos regulamentos e<br />

restrições mercantilistas. Poderíamos dizer que os industriais<br />

estavam omitin<strong>do</strong> alguma coisa, ao usar essa citação, escrita em<br />

1776, para combater outro tipo de regulamentação. Mas suponhamos<br />

que agiam com imparciali<strong>da</strong>de citan<strong>do</strong> Smith. Não era<br />

imparcial, porém, esquecer o que Smith disse, quan<strong>do</strong> isso não<br />

era de seu interesse. O hábito de citar o que justificasse seus<br />

atos, esquecen<strong>do</strong> o que fosse contrário a eles, era útil à classe<br />

<strong>do</strong>minante — e desastroso para a classe trabalha<strong>do</strong>ra. Tal processo<br />

foi emprega<strong>do</strong> durante mais de cem anos.<br />

Que poderiam fazer os trabalha<strong>do</strong>res para melhorar sua<br />

sorte? Que teria feito o leitor? Suponhamos que tivesse ganho<br />

a vi<strong>da</strong> razoavelmente fazen<strong>do</strong> meias a mão. Suponhamos que<br />

224 A<strong>da</strong>m Smith, op. cit., vol. I, p. 123.

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