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historia da riqueza do homem

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O ELO MAIS FRACO 275<br />

lheitas, pela guerra, ou por algum acontecimento anormal; eram<br />

caracteriza<strong>da</strong>s pela escassez de alimento e outros artigos necessários,<br />

cujos preços se elevavam. Mas a crise que conhecemos, a<br />

crise que começou a existir com o advento <strong>do</strong> sistema capitalista,<br />

não é devi<strong>da</strong> a fatos anormais — parece parte e parcela de nosso<br />

sistema econômico; é caracteriza<strong>da</strong> não pela escassez, mas pela<br />

superabundância. Nela, os preços, ao invés de subirem, caem.<br />

O leitor conhece as outras características <strong>da</strong>s crises e depressões<br />

— desemprego, tanto <strong>do</strong> trabalho como <strong>do</strong> capital,<br />

que<strong>da</strong> <strong>do</strong>s lucros, um retar<strong>da</strong>mento geral <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de industrial,<br />

tanto na produção como no comércio. O para<strong>do</strong>xo <strong>da</strong> pobreza<br />

em meio <strong>da</strong> abundância é visto por to<strong>da</strong> parte.<br />

Há falta de matéria-prima? Não. Os planta<strong>do</strong>res de algodão<br />

estão ansiosos para vender seu produto. Há falta de equipamento<br />

de capital? Não. Os <strong>do</strong>nos de fábricas estão ansiosos de ver<br />

as máquinas de suas fabricas silenciosas trabalhan<strong>do</strong> novamente.<br />

Há falta de trabalho? Não. Os trabalha<strong>do</strong>res desemprega<strong>do</strong>s<br />

estão mais <strong>do</strong> que dispostos a voltar às fábricas para fabricar as<br />

roupas que lhes estão faltan<strong>do</strong>.<br />

Não. A matéria-prima, o equipamento de capital e o trabalho<br />

necessários à produção existem, e, não obstante, a produção<br />

não ocorre. Por quê?<br />

Os economistas não chegaram a um acor<strong>do</strong> sobre a resposta.<br />

Mas quanto a um fato, concor<strong>da</strong>m. E, se não compreendermos<br />

esse fato desde o início, as causas <strong>da</strong> crise constituirão um livro<br />

fecha<strong>do</strong> para nós.<br />

O fato suma importância é simplesmente este: no sistema<br />

capitalista, as merca<strong>do</strong>rias não são produzi<strong>da</strong>s para uso, mas<br />

para troca — com lucro. Em nossa socie<strong>da</strong>de os minérios são<br />

extraí<strong>do</strong>s <strong>da</strong> terra, as plantações são colhi<strong>da</strong>s, os homens encontram<br />

trabalho, as ro<strong>da</strong>s <strong>da</strong> indústria se movimentam, e as merca<strong>do</strong>rias<br />

são compra<strong>da</strong>s e vendi<strong>da</strong>s, somente quan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>nos <strong>do</strong>s<br />

meios de produção — a classe capitalista — vêem uma oportuni<strong>da</strong>de<br />

de lucro. Isso foi bem explica<strong>do</strong> por Walter Lippmann<br />

em sua coluna no Herald Tribune, a 13 de julho de 1934: “Não<br />

adianta falar de recuperação nas atuais condições, a menos que<br />

os capitalistas, grandes e pequenos, comecem a investir em empresas<br />

com o objetivo de obter lucro. Não investirão para ganhar<br />

me<strong>da</strong>lhas. Não o farão por patriotismo, ou como ato de<br />

serviço público. Só o farão se tiverem oportuni<strong>da</strong>de de ganhar<br />

dinheiro. O sistema capitalista é assim. É assim que funciona.”

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