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historia da riqueza do homem

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180 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

“Não se trata de um exemplo isola<strong>do</strong>: é um exemplo de to<strong>do</strong><br />

trabalho liga<strong>do</strong> à indústria <strong>do</strong> tear.” 194<br />

Esse declínio nos preços pagos pelo trabalho manual nos<br />

conta a triste história. Não poden<strong>do</strong> ganhar a vi<strong>da</strong>, o tecelão<br />

vendia (se possível) seu tear, seu meio de produção. O passo seguinte<br />

tinha de ser a fila, em frente <strong>da</strong> escritório de uma fábrica,<br />

à procura de trabalho. Ali se reuniam trabalha<strong>do</strong>res de outros<br />

ramos, que haviam sofri<strong>do</strong> a mesma experiência. Assim a produção<br />

mecaniza<strong>da</strong>, que. não pode ser exerci<strong>da</strong> sem um grande<br />

suprimento de força de trabalho, assegurou por sua própria influência<br />

esse suprimento, arruinan<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r manual.<br />

Dessa forma, começou a existir a classe trabalha<strong>do</strong>ra, sem<br />

proprie<strong>da</strong>des, que com a acumulação <strong>do</strong> capital torna-se essencial<br />

ao capitalismo industrial.<br />

Quan<strong>do</strong> ocorreu a revolução <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s de produção e troca,<br />

que denominamos de modificação <strong>do</strong> feu<strong>da</strong>lismo ao capitalismo<br />

o que aconteceu à velha ciência, ao velho direito, à velha<br />

educação, ao velho governo, à velha religião? Também se modificaram.<br />

Tinham de modificar-se. O direito <strong>do</strong> ano 1800 era<br />

totalmente diferente <strong>do</strong> direito <strong>do</strong> ano 1200. O mesmo ocorreu<br />

com o ensino religioso. O mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelos comerciantes,<br />

fabricantes, banqueiros, exigiu um conjunto de preceitos religiosos<br />

diferentes <strong>do</strong>s <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelos sacer<strong>do</strong>tes e<br />

guerreiros. Numa socie<strong>da</strong>de em que o objetivo <strong>do</strong> trabalho era<br />

apenas conseguir um sustento adequa<strong>do</strong> para si e para a família,<br />

a Igreja podia denunciar os aproveita<strong>do</strong>res. Mas numa socie<strong>da</strong>de<br />

em que o principal objetivo <strong>do</strong> trabalho era o lucro, então a<br />

Igreja tinha de a<strong>do</strong>tar uma linguagem diferente. E se a Igreja<br />

Católica, engrena<strong>da</strong> numa economia feu<strong>da</strong>l e manual, em que o<br />

artesão trabalhava simplesmente para viver, não podia modificar<br />

seus ensinamentos de forma bastante rápi<strong>da</strong> para enquadrarse<br />

na economia capitalista, onde o industrial trabalhava para ter<br />

lucro, então a Igreja Protestante podia. Ela dividiu-se em muitas<br />

seitas diferentes, mas em to<strong>da</strong>s, e em graus varia<strong>do</strong>s, o capitalista<br />

interessa<strong>do</strong> nos bens materiais podia encontrar consolo.<br />

Tomemos por exemplo os puritanos. Enquanto os legisla<strong>do</strong>res<br />

católicos advertiam que o caminho <strong>da</strong> <strong>riqueza</strong> podia ser a estra<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> inferno, o puritano Baxter dizia a seus segui<strong>do</strong>res que<br />

se não aproveitassem as oportuni<strong>da</strong>de de fazer fortuna, não estariam<br />

servin<strong>do</strong> a Deus. “Se Deus vos mostra o caminho pelo<br />

qual podeis ganhar mais, legalmente, <strong>do</strong> que em qualquer outro

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