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historia da riqueza do homem

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172 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

1770. Teria visto, nesta época, milhares de nativos morren<strong>do</strong> de<br />

fome. Por que não havia bastante arroz? Absolutamente; o arroz<br />

era abun<strong>da</strong>nte. Então, por que a fome? Simplesmente porque os<br />

ingleses haviam compra<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o arroz e não se dispunham a<br />

vendê-lo — senão por preços fabulosos, que os miseráveis nativos<br />

não podiam pagar.<br />

O comércio com as colônias trouxe <strong>riqueza</strong> à metrópole.<br />

Fez as primeiras fortunas <strong>do</strong>s comerciantes europeus. Particularmente<br />

interessante como fonte de acumulação de capital foi o<br />

comércio em seres humanos, os negros nativos <strong>da</strong> África. Em<br />

1840 o Professor H. Merivale pronunciou uma série de conferências<br />

em Oxford sobre “Colonização e Colônias”. No curso de<br />

uma dessas conferências, formulou duas perguntas importantes, e<br />

deu-lhes uma resposta igualmente importante: “O que transformou<br />

Liverpool e Manchester de ci<strong>da</strong>des provincianas em ci<strong>da</strong>des<br />

gigantescas? O que mantém hoje sua indústria sempre ativa, e<br />

sua rápi<strong>da</strong> acumulação de <strong>riqueza</strong>?... ...Sua presente opulência se<br />

deve ao trabalho e sofrimento <strong>do</strong> negro, como se suas mãos tivessem<br />

construí<strong>do</strong> as <strong>do</strong>cas e fabrica<strong>do</strong> as máquinas a vapor.” 182<br />

É mo<strong>da</strong> hoje fazer pouco <strong>do</strong>s pronunciamentos <strong>do</strong>s professores.<br />

Estaria então o Professor Merivale exageran<strong>do</strong>? Não.<br />

Provavelmente havia li<strong>do</strong> a petição encaminha<strong>da</strong> à Câmara <strong>do</strong>s<br />

Comuns pelos comerciantes de Liverpool em 1788, em resposta<br />

a algumas pessoas mal orienta<strong>da</strong>s que haviam ti<strong>do</strong> o mau gosto<br />

de sugerir que esse comércio horrível de seres humanos vivos<br />

era indigno de um país civiliza<strong>do</strong>: “Os suplicantes vêem, portam;<br />

com real preocupação, as tentativas que estão sen<strong>do</strong> feitas<br />

atualmente para obter a abolição total <strong>do</strong> comércio de escravos<br />

<strong>da</strong> África, que... ...há muitos anos vem constituin<strong>do</strong> e ain<strong>da</strong> continua<br />

a formar um ramo bem grande <strong>do</strong> comércio de<br />

Liverpool... ...Os suplicantes pedem humildemente que sejam<br />

ouvi<strong>do</strong>s... ...contra a abolição dessa fonte de <strong>riqueza</strong>.”<br />

Os portugueses começaram o comércio de escravos negros<br />

em princípios <strong>do</strong> século XVI. As outras nações civiliza<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Europa<br />

cristã seguiram-lhes imediatamente o exemplo. (O primeiro<br />

182 H. Merivale, Lectures on Colonization and Colonies (feitas em<br />

1839, 1840 e 1841). Oxford University Press, 1928, p. 302.<br />

183 Documents Illustrative of the History of the Slave Trade to America,<br />

Elizabeth Donnan. Carnegie Institute of Washington, 1930/2. Vol.<br />

II pp. 574-5.

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