historia da riqueza do homem
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“TRABALHADORES DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS” 233<br />
significa o trabalho médio usan<strong>do</strong> instrumentos médios. Isso se<br />
modifica, naturalmente, em diferentes lugares e épocas, mas<br />
num determina<strong>do</strong> momento, num determina<strong>do</strong> país, há um padrão<br />
geral médio a que se conformam o trabalho e os meios de<br />
produção.<br />
E <strong>da</strong>í? Suponhamos que o valor de uma merca<strong>do</strong>ria seja determina<strong>do</strong><br />
pelo tempo de trabalho socialmente necessário à sua<br />
produção. O que tem isso a ver com a prova de que na socie<strong>da</strong>de<br />
capitalista o trabalho é explora<strong>do</strong>, que as classes abasta<strong>da</strong>s<br />
vivem com o trabalho <strong>da</strong> classe que não tem proprie<strong>da</strong>des? Que<br />
tem isso a ver com a prova de que o operário, como o servo, trabalha<br />
apenas parte <strong>do</strong> tempo para si e parte <strong>do</strong> tempo para seu<br />
patrão?<br />
Tem tu<strong>do</strong>.<br />
O assalaria<strong>do</strong> na socie<strong>da</strong>de capitalista é um <strong>homem</strong> livre.<br />
Não pertence a um <strong>do</strong>no, como na escravidão, nem está preso<br />
ao solo, como no regime feu<strong>da</strong>l <strong>da</strong> servidão. Vimos no capítulo<br />
XIV como ele foi “liberta<strong>do</strong>” não só <strong>do</strong> senhor, mas também<br />
<strong>do</strong>s meios de produção. Vimos como os meios de produção (terra,<br />
instrumentos, máquinas etc.) passaram a ser proprie<strong>da</strong>de de<br />
um pequeno grupo e já não eram distribuí<strong>do</strong>s geralmente entre<br />
to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res. Os que não são <strong>do</strong>nos <strong>do</strong>s meios de produção<br />
só podem ganhar a vi<strong>da</strong> empregan<strong>do</strong>-se — por salários<br />
— aos que são <strong>do</strong>nos. É evidente que o trabalha<strong>do</strong>r não se vende<br />
ao capitalista (isso faria dele um escravo), mas vende a única<br />
merca<strong>do</strong>ria que possui — sua capaci<strong>da</strong>de de trabalhar, sua força<br />
de trabalho.<br />
“Para a conversão de seu dinheiro em capital, portanto, o<br />
<strong>do</strong>no <strong>do</strong> dinheiro deve encontrar no merca<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r livre,<br />
livre no duplo senti<strong>do</strong> de que, como <strong>homem</strong> livre, pode dispor<br />
<strong>da</strong> força de trabalho como sua merca<strong>do</strong>ria e que por outro la<strong>do</strong><br />
não tem outra merca<strong>do</strong>ria para vender, faltan<strong>do</strong>-lhe to<strong>do</strong> o necessário<br />
para a realização de sua capaci<strong>da</strong>de de trabalho.” 269<br />
Por que preço deve esse trabalha<strong>do</strong>r livre vender sua merca<strong>do</strong>ria<br />
— isto é, qual é o valor de sua força de trabalho? Seu valor<br />
é, como o de qualquer outra merca<strong>do</strong>ria, determina<strong>do</strong> pelo<br />
total de trabalho necessário para produzi-la. Em outras palavras,<br />
o valor <strong>da</strong> força de trabalho <strong>do</strong> operário é igual a to<strong>da</strong>s as coisas<br />
necessárias à sua vi<strong>da</strong>, e, como o suprimento <strong>do</strong> trabalho deve<br />
ser permanente, ao custo <strong>da</strong> manutenção de uma família. O que<br />
269 O Capital, vol. I