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historia da riqueza do homem

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76 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

antes <strong>da</strong> Peste, e na<strong>da</strong> mais, mesmo que maiores somas lhes<br />

tenham si<strong>do</strong> prometi<strong>da</strong>s... ...E quem lhes der por um dia de trabalho<br />

mais <strong>do</strong> que se determina aqui, e quem receber<br />

mais... ...o recebe<strong>do</strong>r e o paga<strong>do</strong>r terão, ca<strong>da</strong> qual, de pagar<br />

sessenta sol<strong>do</strong>s... ...e se não tiverem com que pagar a multa em<br />

dinheiro, serão aprisiona<strong>do</strong>s por quatro dias, a pão e água...“ 74<br />

Observe-se que, embora nesse caso a lei fosse aparentemente<br />

justa, é certo que a sentença de prisão conseqüente ao não-pagamento<br />

<strong>da</strong> multa mais provavelmente recairia sobre os trabalha<strong>do</strong>res<br />

sem dinheiro <strong>do</strong> que sobre o mestre. Observe-se também<br />

que lançar homens à prisão não contribuiria para aliviar a<br />

escassez <strong>do</strong> trabalho.<br />

Essas leis não tiveram êxito. Os mestres pagavam e os trabalha<strong>do</strong>res<br />

exigiam e recebiam mais. Embora as associações de<br />

trabalha<strong>do</strong>res tivessem si<strong>da</strong> dissolvi<strong>da</strong>s e seus membros multa<strong>do</strong>s<br />

ou aprisiona<strong>do</strong>s, outras associações surgiram e continuaram<br />

as greves em prol de melhores salários e condições de trabalho.<br />

Os jornaleiros, de fato, estavam em melhor situação <strong>do</strong> que<br />

muitos outros trabalha<strong>do</strong>res que não tinham permissão para ingressar<br />

nessas associações; trabalha<strong>do</strong>res que não tinham quaisquer<br />

direitos em nenhuma corporação e estavam à mercê <strong>do</strong>s industriais<br />

mais ricos, para os quais trabalhavam em condições<br />

miseráveis e a salários de fome. Essas pessoas viviam em buracos<br />

miseráveis e <strong>do</strong>entios, não tinham nem a matéria-prima nem<br />

as ferramentas com que trabalhavam, e foram os precursores <strong>do</strong><br />

proletaria<strong>do</strong> moderno, ten<strong>do</strong> apenas seu trabalho e dependen<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r e de condições favoráveis de merca<strong>do</strong> para a sua<br />

sobrevivência. As ci<strong>da</strong>des revelavam, portanto, ambos os extremos<br />

— os miseráveis (Florença, em seus grandes dias, contava<br />

com mais de 20.000 mendigos, segun<strong>do</strong> consta) e no alto os<br />

muitos ricos, que viviam no luxo.<br />

Na luta para libertar a ci<strong>da</strong>de de seus senhores feu<strong>da</strong>is, to<strong>do</strong>s<br />

os ci<strong>da</strong>dãos, ricos e pobres, merca<strong>do</strong>res, mestres e trabalha<strong>do</strong>res,<br />

haviam uni<strong>do</strong> forças. Mas os. frutos <strong>da</strong> vitória foram<br />

para as classes superiores. As classes inferiores verificaram que<br />

haviam simplesmente mu<strong>da</strong><strong>do</strong> de senhor — antes, o governo<br />

estava formalmente nas mãos de um senhor feu<strong>da</strong>l, e agora<br />

passava às mãos <strong>do</strong>s burgueses mais ricos. O descontentamento<br />

<strong>do</strong>s pobres, alia<strong>do</strong> ao ressentimento e ciúme <strong>do</strong>s pequenos arte-<br />

74 Or<strong>do</strong>nnances, op. cit. p. 367

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