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historia da riqueza do homem

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232 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

to<strong>do</strong> trabalho é o mesmo, e, portanto, comparável, no senti<strong>do</strong> de<br />

que to<strong>do</strong> ele é gasto de força de trabalho humana. O trabalho<br />

simples, não-especializa<strong>do</strong>, médio, e o trabalho especializa<strong>do</strong>,<br />

são comparáveis, sen<strong>do</strong> o segun<strong>do</strong> apenas um múltiplo <strong>do</strong> primeiro,<br />

de mo<strong>do</strong> que uma hora de trabalho especializa<strong>do</strong> = duas<br />

horas de trabalho simples.<br />

Assim, o valor de uma merca<strong>do</strong>ria é determina<strong>do</strong>, diz Marx,<br />

pelo tempo de trabalho social necessário para produzi-la. “Mas<br />

— retrucará o leitor — isso significa que a merca<strong>do</strong>ria produzi<strong>da</strong><br />

por um trabalha<strong>do</strong>r lento, ineficiente, valeria mais <strong>do</strong> que a<br />

merca<strong>do</strong>ria produzi<strong>da</strong> por um trabalha<strong>do</strong>r mais capaz, mais rápi<strong>do</strong>,<br />

já que o primeiro levaria mais tempo para completá-la.”<br />

Marx previu essa objeção e respondeu-a assim: ‘Poderia parecer<br />

que se o valor de uma merca<strong>do</strong>ria é determina<strong>do</strong> pela quanti<strong>da</strong>de<br />

de trabalho emprega<strong>do</strong> em sua produção, o trabalha<strong>do</strong>r mais<br />

lento, ou menos destro, produziria merca<strong>do</strong>ria mais valiosa, devi<strong>do</strong><br />

ao tempo maior que necessitaria para terminar sua produção.<br />

Isso, porém, seria um erro triste. Utilizei a palavra ‘trabalho<br />

social’ e muitos aspectos estão encerra<strong>do</strong>s nessa qualificação<br />

de social. Ao dizer que o valor de uma merca<strong>do</strong>ria é determina<strong>do</strong><br />

pela quanti<strong>da</strong>de de trabalho nela cristaliza<strong>do</strong>, significamos<br />

a quanti<strong>da</strong>de de trabalho necessário à sua produção num<br />

determina<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, sob certas condições sociais<br />

médias de produção, com uma determina<strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de social<br />

média, e uma habili<strong>da</strong>de média <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r emprega<strong>do</strong>.” 268<br />

Numa fábrica que empregue, digamos, 200 trabalha<strong>do</strong>res,<br />

alguns trabalharão melhor <strong>do</strong> que outros. Mas há uma quali<strong>da</strong>de<br />

média <strong>do</strong> trabalho. Os que trabalham acima dessa média têm<br />

sua produção compensa<strong>da</strong> pelos que trabalham abaixo dela. Suponhamos<br />

que a média <strong>do</strong> tempo de trabalho, ou o tempo de trabalho<br />

socialmente necessário, para fazer um paletó correspon<strong>da</strong><br />

a 16 horas. Alguns trabalha<strong>do</strong>res precisam de menos tempo, outros<br />

de mais, mas isso constitui apenas um desvio reduzi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

padrão geral. O mesmo ocorre com os meios de produção, as<br />

máquinas, que o trabalho usa na produção de artigos. Na indústria<br />

têxtil como um to<strong>do</strong>, algumas fábricas podem trabalhar com<br />

teares obsoletos. Outras podem operar modelos recentíssimos,<br />

ain<strong>da</strong> não a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s. Mas novamente aqui teremos um<br />

nível médio de equipamento — os melhores e os piores se compensam,<br />

e portanto o tempo de trabalho socialmente necessário<br />

268 Karl Marx, Valor, Preço e Lucro (1865). P. 35 <strong>da</strong> edição americana<br />

feita pela International Publishers, N. York, 1935

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