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historia da riqueza do homem

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200 HISTÓRIA DA RIQUEZA DO HOMEM<br />

presenciasse a construção de uma fábrica, com máquinas, que<br />

dentro em pouco produzissem tantas meias, a preços tão baratos<br />

que o leitor tivesse ca<strong>da</strong> vez maior dificul<strong>da</strong>de em ganhar<br />

mais ou menos sua vi<strong>da</strong>, até ficar à beira <strong>da</strong> fome. Naturalmente<br />

pensaria nos dias anteriores à máquina, e o que fora então<br />

apenas um padrão de vi<strong>da</strong> decente lhe pareceria luxuoso,<br />

em sua imaginação. Olharia à sua volta, e estremeceria com a<br />

pobreza que estava atravessan<strong>do</strong>. Perguntaria a si mesmo a<br />

causa, como já teria feito mil vezes, chegan<strong>do</strong> à mesma conclusão<br />

— a máquina. Foi a máquina que roubou o trabalho <strong>do</strong>s<br />

homens e reduziu o preço <strong>da</strong>s merca<strong>do</strong>rias. A máquina — eis<br />

o inimigo.<br />

Quan<strong>do</strong> homens desespera<strong>do</strong>s chegavam a essa conclusão, o<br />

passo seguinte era inevitável.<br />

Destruir as máquinas.<br />

Máquinas de tecer ren<strong>da</strong>, de tecer meias, máquinas de fiar<br />

— to<strong>da</strong>s as máquinas que pareciam a certos trabalha<strong>do</strong>res em<br />

certos lugares terem provoca<strong>do</strong> a miséria e fome — foram destruí<strong>da</strong>s,<br />

esmaga<strong>da</strong>s ou queima<strong>da</strong>s. Os destrui<strong>do</strong>res de máquinas,<br />

chama<strong>do</strong>s luditas, ao lutarem contra a maquinaria sentiam que<br />

lutavam por um padrão de vi<strong>da</strong>. To<strong>do</strong> seu reprimi<strong>do</strong> ódio à máquina<br />

libertou-se, ao se lançarem aos seus motins cantan<strong>do</strong> canções<br />

como esta:<br />

De pé ficaremos to<strong>do</strong>s<br />

E com firmeza juramos<br />

Quebrar tesouras e válvulas<br />

E pôr fogo às fábricas <strong>da</strong>ninhas. 225<br />

É fácil imaginar o resulta<strong>do</strong> dessa violência. Foram destruí<strong>da</strong>s<br />

proprie<strong>da</strong>des, máquinas foram desmonta<strong>da</strong>s pela multidão<br />

ira<strong>da</strong>. Os homens que eram <strong>do</strong>nos <strong>da</strong>s máquinas agiram com rapidez.<br />

Recorreram à lei. E a lei não tar<strong>do</strong>u em responder ao seu<br />

apelo. Em 1812 o Parlamento aprovou uma lei tornan<strong>do</strong> passível<br />

de pena de morte a destruição <strong>da</strong>s máquinas. Mas antes <strong>da</strong><br />

aprovação <strong>da</strong> lei, durante os debates, um membro <strong>da</strong> Câmara<br />

<strong>do</strong>s Lordes fez seu discurso inaugural opon<strong>do</strong>-se à medi<strong>da</strong>.<br />

Lembrou aos legisla<strong>do</strong>res que a causa <strong>da</strong> destruição <strong>da</strong>s máquinas<br />

fora a destruição <strong>do</strong>s homens: “Mas embora devamos admi-<br />

225 F. Peel. The Risings of the Luddites, Chartists and Plugdrawers,<br />

Heckmondwike, 1888, p. 284.

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