Bubble Gum – Lolita Pille Página 1 - CloudMe
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— Minha não-musa, não é? Eu vou lhe mostrar as não-musas, filho da puta, canalha, escroto!<br />
— Chérie, fique calma, a violência nunca foi urna solução para o que quer que seja. A violência<br />
em excesso leva geralmente a atos irremediáveis, dos quais passamos a vida inteira nos<br />
arrependendo. Abaixe, então, esse revólver e vamos conversar com calma como dois seres<br />
civilizados, contentes de se encontrarem de novo, ainda que não tenham muita coisa em<br />
comum.<br />
— Eu não estou contente! — berra Manon antes de dar um tiro no espelho em cima da lareira.<br />
— Manon, querida, este espelho não era meu, ele pertencia ao hotel Ritz. De forma que estou<br />
pouco ligando se ele foi estilhaçado, o que você acabou de fazer prejudica um hotel inocente<br />
que nunca lhe fez nada, foi portanto um ato gratuito e mesquinho, e para evitar outros atos<br />
gratuitos e mesquinhos eu aconselho você a baixar esta arma.<br />
— Ah, é? E o diretor que me chamou de puta drogada e que mandou dois leões-de-chácara me<br />
porem no olho da rua no dia em que você covardemente me abandonou?<br />
— Eles eram figurantes, chérie, figurantes que eu paguei e treinei para que a tratassem de<br />
puta drogada e a pusessem na rua,<br />
— Então, foi assim? Foi assim? — sussurra ela em estado de choque.<br />
— E lembre-se que eles não machucaram nem um pouco você quando a expulsaram, e isto se<br />
deve unicamente às minhas recomendações.<br />
— Então, foi você quem tramou tudo isso? Desde o início? Desde sempre? — ela continuava a<br />
sussurrar com a arma na mão.<br />
— Sim — respondo com simplicidade.<br />
— Vanity? — pergunta.<br />
— A Vanity pertence a mim.<br />
— Os shootings de fotos? Nova York? A Vogue italiana?<br />
— Ora, querida, você pode imaginar que não é tão complicado assim comprar duas grandes<br />
câmeras fotográficas, umas roupas idiotas e três ventiladores.<br />
— Mas a Vogue?<br />
— Um falsário, uma gráfica e um pouco de astúcia.<br />
— Minhas publicidades?<br />
— Idem.<br />
— Werner Schreyer?<br />
— Um sósia.<br />
— Os outdoors?<br />
— Não é difícil colar um cartaz.<br />
— Hum — fez ela —, eu gostaria muito de ver você colando cartazes com o seu balde de cola e<br />
o seu pincel, Derek, meu coitadinho.<br />
Eu não respondi, visto que ela tinha razão.<br />
— E as festas — continuou —, todas as festas a que íamos juntos?<br />
— Eram sósias, chérie, eu acabei de dizer isso a você.<br />
— Eram todos sósias? Todos? E... você fez com que eles acreditassem a mesma coisa que eu,<br />
que eu era uma estrela, uma top model, e o resto?<br />
— É claro que não.<br />
— Mas... eles ficavam puxando o meu saco... Eles conversavam comigo sobre... Gregg Araki?<br />
— Eles tinham um texto, ora Manon, eu não sou idiota, pensei em tudo.<br />
— Mas e o filme?<br />
— O irmão de Karénine. Um sósia de Adrien Brody — um ex meu, diga-se de passagem —, um<br />
bom rapaz, esse Costa.<br />
— Cinecittà?<br />
— Dez mil dólares por dia.<br />
— A equipe?<br />
— Um bando de delinquentes desempregados.<br />
— Tchekhov?<br />
<strong>Bubble</strong> <strong>Gum</strong> <strong>–</strong> <strong>Lolita</strong> <strong>Pille</strong> <strong>Página</strong> 98