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Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola

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Atualmente, os livros editados com <strong>de</strong>stino a um público leitor <strong>de</strong> crianças e jovens apresentam tanto uma<br />

imensa diversida<strong>de</strong> temática quanto uma expressiva varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros textuais.<br />

Nas últimas décadas, nessas publicações, os projetos gráficos e editoriais vêm-se sofisticando e se mostrando<br />

cada vez mais ricos, atraentes e eficazes na captura da atenção e do interesse dos pequenos e jovens leitores. As<br />

ilustrações, elaboradas por artistas competentes e profissionais especializados, em técnicas diversas, ganham cada<br />

vez mais relevo e importância nas obras; os temas por elas tratados não mais se atêm às <strong>de</strong>mandas escolares, mas<br />

buscam aten<strong>de</strong>r às inquietações, curiosida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s do público infanto-juvenil, que interage ativamente<br />

com o que se passa no mundo e à sua volta, expressa seus <strong>de</strong>sejos e tenta satisfazê-los na sua vida cotidiana.<br />

Sabe-se que quanto mais os leitores iniciantes, leitores em formação, tiverem contato com diferentes suportes <strong>de</strong><br />

leitura (livros, jornais, revistas, Internet etc.) e com variados gêneros e modalida<strong>de</strong>s textuais que circulam socialmente,<br />

mais aptos estarão para a leitura do mundo e da palavra e para o efetivo exercício da cidadania.<br />

Não obstante o acesso ao mundo da informação através dos meios eletrônicos ainda não estar <strong>de</strong>mocratizado<br />

e limitado à apenas a uma parcela restrita da população, o público infanto-juvenil se mostra cada vez mais afeito às<br />

linguagens das novas tecnologias (televisão, ví<strong>de</strong>o, Internet, jogos eletrônicos) e competente para lidar com elas.<br />

Isto faz com que o mercado editorial busque oferecer ao seu público consumidor uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções,<br />

visando atingir os mais diferentes gostos e interesses dos leitores.<br />

Desse modo, no trabalho pedagógico com a leitura e a escrita, pensamos que se <strong>de</strong>va levar em conta o conceito<br />

<strong>de</strong> literatura em seu sentido lato: literatura, então, é “tudo o que é impresso (ou mesmo manuscrito), são todos os<br />

livros que a biblioteca contém (incluindo-se aí, o que se chama literatura oral (...)” (Compagnon, 1999, p. 31), não se<br />

restringindo somente às obras <strong>de</strong> ficção ou às que fazem uso estético da linguagem escrita.<br />

Esclarecido esse ponto, po<strong>de</strong>mos prosseguir perguntando: que tipos <strong>de</strong> publicação vemos hoje sendo oferecidos<br />

às crianças e aos jovens? Os mais variados possíveis.<br />

Destacaremos, aqui, outros tipos <strong>de</strong> publicação em circulação no mercado editorial contemporâneo, que se<br />

distinguem por suas peculiarida<strong>de</strong>s. Esses tipos variados vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> textos clássicos editados na íntegra, em edições<br />

ricamente ilustradas, até os ‘livros-jogo’ ou ‘livros-brinquedo’, tão ao gosto dos pequenos, e os livros informativos,<br />

cujas publicações vêm-se intensificando ano após ano.<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong>ssas publicações <strong>de</strong> clássicos da literatura brasileira para o público infanto-juvenil são os livros<br />

“Fita ver<strong>de</strong> no cabelo: nova velha estória”, <strong>de</strong> João Guimarães Rosa, com ilustrações <strong>de</strong> Roger Mello 1 , “Conto <strong>de</strong> escola”, <strong>de</strong><br />

Machado <strong>de</strong> Assis, com ilustrações <strong>de</strong> Robson Araújo 2 e “O homem que sabia javanês”, <strong>de</strong> Lima Barreto, com ilustrações <strong>de</strong><br />

Jô Oliveira 3 . Essas edições belamente ilustradas interme<strong>de</strong>iam o encontro do leitor infanto-juvenil com textos escritos mais<br />

<strong>de</strong>nsos e elaborados e que por isso requerem maior experiência leitora. As ilustrações proporcionam, assim, um diálogo mais<br />

fácil do leitor com a obra, introduzindo-o num universo literário e lingüístico que lhe apresenta maiores <strong>de</strong>safios.<br />

Também são recorrentes publicações que adaptam clássicos da literatura brasileira ou universal, ainda que nem<br />

sempre essas adaptações sejam bem realizadas. Por isso há que se ter cuidado ao escolher as versões adaptadas dos clássicos.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> adaptação bem sucedida e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um clássico da literatura universal, “Dom Quixote”, <strong>de</strong><br />

Miguel <strong>de</strong> Cervantes, é a feita por Will Eisner 4 , que adaptou o texto do autor espanhol para a linguagem dos quadrinhos.<br />

A linguagem dinâmica dos quadrinhos – em que a leitura do não verbal se coaduna com a leitura do texto escrito em<br />

diálogos, já que nesse gênero predomina o discurso direto – leva os pequenos e jovens leitores a uma <strong>de</strong>scoberta prazerosa<br />

<strong>de</strong> uma obra literária cujo nível <strong>de</strong> elaboração em sua versão original, dificilmente lhes atrairia e seria acessível.<br />

Um outro exemplo bem sucedido <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> um clássico, <strong>de</strong>sta vez <strong>de</strong> Shakespeare, é a realizada por<br />

Ana Maria Machado, no texto dramático “Sonho <strong>de</strong> uma noite <strong>de</strong> verão” 5 . A escritora brasileira adapta a peça do<br />

escritor inglês, transformando-a numa narrativa <strong>de</strong> leitura mais fácil e prazerosa para o leitor em formação, sem<br />

ferir o texto original.<br />

Outro tipo <strong>de</strong> publicação são os livros <strong>de</strong> imagem, em que a história é contada por meio <strong>de</strong> ilustrações. Esses<br />

livros proporcionam o exercício <strong>de</strong> nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imaginar e <strong>de</strong> realizar associações e inferências. A leitura do<br />

não verbal nos dá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s orais e escritas a partir do texto não verbal, reproduzindo-o<br />

e recriando-o a partir <strong>de</strong> outras linguagens. São exemplos <strong>de</strong> livros <strong>de</strong> imagem “O último broto”, <strong>de</strong> Rogério<br />

Borges 6 , “A bela e a fera”, <strong>de</strong> Rui <strong>de</strong> Oliveira 7 e “O palhaço”, <strong>de</strong> Quentin Blake 8 , <strong>de</strong>ntre muitos outros.<br />

1 Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, 1992.<br />

2 Belo Horizonte: Dimensão, 1999.<br />

3 Ibid, ibi<strong>de</strong>m.<br />

4 EISNER, Will. O último cavaleiro andante: uma adaptação <strong>de</strong> Dom Quixote <strong>de</strong> Miguel <strong>de</strong> Cervantes. Trad. Carlos Sussekind. São Paulo: Companhia<br />

das Letras, 1999.<br />

5 São Paulo: Scipione.<br />

6 São Paulo: Mo<strong>de</strong>rna, 1993.<br />

7 São Paulo: FTD, 1994.<br />

8 São Paulo: Ática, 1997.<br />

Praticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong> e <strong>Escrita</strong><br />

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