Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola
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escravidão retirados, entre outras, <strong>de</strong> uma revista, como, por exemplo, Nossa História. Se em Geografia a turma está<br />
estudando a Região Amazônica, é natural apresentar filmes que mostrem tanto os aspectos físicos da região quanto a<br />
vida das pessoas que aí moram.<br />
Pensando na gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais hoje disponíveis para a escolha do professor como um gran<strong>de</strong><br />
supermercado, ele, professor, <strong>de</strong>ve ir a esse supermercado com uma idéia clara do produto que <strong>de</strong>seja. Não <strong>de</strong>ve se<br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>slumbrar pela gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais, alguns apresentados com todos os artifícios mercadológicos<br />
para atrair compradores. O professor <strong>de</strong>ve sempre fazer a si mesmo a seguinte pergunta: este material po<strong>de</strong> ajudar<br />
a atingir o objetivo escolhido por mim?<br />
Os objetivos escolhidos pelo professor po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> vários tipos. Em primeiro lugar, po<strong>de</strong>m contribuir<br />
diretamente para a aprendizagem dos alunos. Por outro lado, po<strong>de</strong>m propiciar um enriquecimento cultural dos<br />
alunos, mormente nas áreas <strong>de</strong> Língua Portuguesa, História e Geografia. Por fim, po<strong>de</strong>m servir para a formação da<br />
cidadania, pelos alunos;<br />
2 – após saber para quais objetivos do ensino o material a ser utilizado <strong>de</strong>ve contribuir, é necessário ver<br />
a a<strong>de</strong>quação do material e as condições limitadoras para seu uso. Para a primeira parte, é necessário conhecer<br />
o material, lê-lo, vê-lo, usá-lo. Só assim o professor po<strong>de</strong>rá opinar se ele se adapta ao nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
cognitivo dos alunos e às suas características socioculturais. Quanto à segunda parte, é necessário levar em conta as<br />
condições da escola. Por exemplo, não adianta sonhar em mostrar uma fita VHS que o professor acha maravilhosa<br />
se o equipamento reprodutor <strong>de</strong> fitas VHS da escola estiver quebrado. Se a escola não dispõe <strong>de</strong> recursos para xerocar<br />
textos, não adianta planejar distribuir aos alunos aquele artigo maravilhoso sobre um certo assunto. Aqui, o<br />
professor <strong>de</strong>ve sempre se perguntar: Esse material po<strong>de</strong> ser utilizado com os meus alunos? Há condições na minha<br />
escola para usá-lo?;<br />
3 – em seguida, é necessário conhecer muito bem o material, suas potencialida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>feitos e como po<strong>de</strong> ser<br />
explorado. Assim, mais uma vez usando um exemplo da área <strong>de</strong> Matemática, se o livro didático sugere a utilização<br />
do Tangram e o professor concorda com isso, ele <strong>de</strong>ve se preparar cuidadosamente, planejando que ativida<strong>de</strong>s<br />
vai propor, que perguntas vai fazer, que resultados procura atingir. Caso não faça isso, corre o risco <strong>de</strong> o Tangram<br />
ser utilizado pelos alunos como um simples jogo, que nada acrescenta à sua percepção das formas e proprieda<strong>de</strong>s<br />
geométricas. É bem conhecido o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar alunos trabalharem com produtos químicos se não houver um roteiro<br />
bem estruturado que oriente suas manipulações no laboratório. O uso do computador po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>svirtuado,<br />
transformando-se em simples brinca<strong>de</strong>ira, se o professor não planeja cuidadosamente as sessões no laboratório <strong>de</strong><br />
computação.<br />
Esse conhecimento do material só é conseguido se o professor o experimenta, colocando-se na situação<br />
do aluno. Constitui-se uma aventura temerária utilizar um material sem conhecê-lo bem. Hoje, muitos materiais<br />
já vêm acompanhados <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>scrição cuidadosa e <strong>de</strong> instruções <strong>de</strong> uso, o que facilita o trabalho <strong>de</strong> análise<br />
do professor, mas não o dispensa;<br />
4 – planejamento da utilização do material. Como é que o material vai ser usado? No caso <strong>de</strong> material escrito,<br />
por exemplo, livros paradidáticos serão lidos em sala <strong>de</strong> aula ou em casa? O professor vai formular perguntas para<br />
serem respondidas após a leitura do material? Ele comentará o material antes <strong>de</strong> os alunos o lerem ou simplesmente<br />
diz que eles <strong>de</strong>vem lê-lo?<br />
No caso <strong>de</strong> material a ser usado em sala <strong>de</strong> aula, como por exemplo, jogos matemáticos, como formar os<br />
grupos <strong>de</strong> alunos para a ativida<strong>de</strong>? Quantos alunos em cada grupo? Escolher aleatoriamente os alunos para cada<br />
grupo, ou grupá-los <strong>de</strong> acordo com suas características <strong>de</strong> aprendizagem? Como organizar a sala para o trabalho em<br />
grupo? Quanto tempo prever para a realização da tarefa? Em um laboratório, qual será o tamanho <strong>de</strong> cada grupo?<br />
O que fazer com os outros alunos se o laboratório só comportar um pequeno número <strong>de</strong> cada vez?<br />
Essas, e muitas outras, são questões que surgem naturalmente ao ser planejada a utilização <strong>de</strong> materiais didáticos.<br />
Nesse planejamento, o professor <strong>de</strong>ve estar sempre atento para explorar ao máximo as potencialida<strong>de</strong>s das<br />
situações. Assim, por exemplo, se os alunos vão utilizar em um atlas, o mapa do Brasil, em vez <strong>de</strong> simplesmente dizer<br />
“abram o atlas em tal página”, será muito mais produtivo para a formação dos alunos ensinar-lhes como localizar<br />
um mapa em um atlas ou uma cida<strong>de</strong> em um mapa. A mesma utilização do atlas propicia, <strong>de</strong> maneira natural, o<br />
trabalho interdisciplinar com a área <strong>de</strong> Matemática, <strong>de</strong>vido às escalas dos mapas;<br />
5 – avaliação do resultado da utilização do material. O material foi fácil ou difícil para os alunos? A utilização<br />
do material transcorreu como previsto? O que funcionou bem? O que não funcionou? Os alunos pareciam interessados?<br />
O tempo previsto foi muito curto ou excessivo? O que <strong>de</strong>veria ser modificado para a próxima vez? O professor<br />
consi<strong>de</strong>ra que os objetivos pretendidos foram alcançados? Em que grau? Como avaliar a contribuição do material<br />
para a aprendizagem, para o enriquecimento cultural ou para a prática da cidadania dos alunos?<br />
São muitas as perguntas <strong>de</strong>ste tipo. Para alguns materiais, elas po<strong>de</strong>m ser facilmente respondidas. Sugerimos<br />
que o professor, juntamente com seus colegas, criem uma ficha <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> cada material utilizado na escola.<br />
172 Salto para o Futuro