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Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola

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Nos últimos anos vêm crescendo em número, ainda que timidamente, as publicações <strong>de</strong> textos teatrais para o<br />

público infantil e juvenil. Excetuando-se as peças teatrais escritas por Maria Clara Machado e publicadas pela editora Agir,<br />

muito pouco <strong>de</strong>sse gênero textual – o texto dramático – esteve presente nas publicações para crianças e jovens. Hoje, é<br />

possível encontrar algumas, ainda que poucas publicações, <strong>de</strong>sse gênero, como “Lampião no céu”, <strong>de</strong> Eliana Carneiro 9 ,<br />

assim como, também há pouquíssimas publicações <strong>de</strong> literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l, um gênero poético bastante popular, mas ainda<br />

muito pouco explorado nas salas <strong>de</strong> aula. “Quem sabe o sim sabe o não” e “A incrível peleja do Pinto Calçudo contra Gavião Malvado”,<br />

<strong>de</strong> Reynaldo Valinho Alvarez 10 , com ilustrações <strong>de</strong> Maria Regina P. <strong>de</strong> S. Figueiredo e Jô Oliveira, respectivamente,<br />

e “A pedra do meio-dia” ou “Artur e Isadora”, <strong>de</strong> Bráulio Tavares, com ilustrações <strong>de</strong> Cecília Esteves, são livros que veiculam<br />

a literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l para crianças.<br />

Um outro tipo <strong>de</strong> publicação que é oferecido, principalmente para as crianças menores, são os ‘livros-jogo’ ou<br />

‘livros-brinquedo’. Neles, sua própria materialida<strong>de</strong> interfere no texto escrito e no texto não verbal (as ilustrações).<br />

Os mais comuns são os que trabalham com a engenharia <strong>de</strong> papel, que faz as personagens e ou elementos do cenário<br />

das histórias saltarem da página, divertindo e surpreen<strong>de</strong>ndo o leitor. Po<strong>de</strong>mos citar como exemplos “Drácula”<br />

– um livro abra-a-aba <strong>de</strong> arrepiar, <strong>de</strong> Keith Faulkner 11 e “Essa não!” – um livro gigante cheio <strong>de</strong> surpresas, do mesmo<br />

autor 12 . É bastante comum nesse tipo <strong>de</strong> publicação que a história seja um pretexto para a introdução da brinca<strong>de</strong>ira,<br />

o que, em absoluto, não compromete a qualida<strong>de</strong> da obra, que resi<strong>de</strong> principalmente no projeto gráfico.<br />

Neste entre séculos XX/XXI, em que se privilegia a informação como elemento indispensável à existência, afinal<br />

<strong>de</strong> contas, vivemos “inundados por uma torrente <strong>de</strong> dados e informações” (McGarry, 1999, p. 90), condição essencial<br />

para a nossa inclusão nessa socieda<strong>de</strong>, uma outra tendência editorial que se firma é a publicação <strong>de</strong> livros <strong>de</strong> teor informativo.<br />

Diferentemente dos livros que veiculam textos teatrais, literatura <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>l e textos não verbais que contam<br />

histórias (livros <strong>de</strong> imagem), os livros informativos, tratando <strong>de</strong> assuntos diversos, são editados em profusão.<br />

Por estarmos imersos em uma socieda<strong>de</strong> globalizada que prioriza a informação, tornamo-nos cada vez mais<br />

afeitos e receptivos aos textos <strong>de</strong> teor informativo, portanto, mais aptos a apreendê-los e a operar com eles. Daí<br />

porque o mercado editorial vem investindo maciçamente nesse tipo <strong>de</strong> publicação.<br />

Se há livros que tratam a informação a partir <strong>de</strong> uma linguagem <strong>de</strong> função puramente referencial, há outros<br />

que, <strong>de</strong> certo modo, estetizam a informação, usando recursos lúdicos e artísticos, ou mesmo a proposta ficcional, para<br />

veicular a informação. Por isso, a qualida<strong>de</strong> do livro informativo que recebe um tratamento estético, precisa ser aferida<br />

e avaliada a partir <strong>de</strong> um duplo critério: o primeiro diz respeito à correção, a<strong>de</strong>quação e pertinência do seu conteúdo<br />

informacional; e, o segundo, à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu discurso artístico e estético.<br />

Exemplos <strong>de</strong>ssas publicações são muitos: a coleção “Mestres das Artes no Brasil”, da Mo<strong>de</strong>rna; a coleção<br />

“No Caminho das Artes” e a coleção “500 Brasis”, da Formato; a coleção “Arte/Vida”, da Dimensão, só<br />

para citar alguns.<br />

Há temas que são recorrentes nos livros informativos: a vida e obra <strong>de</strong> artistas plásticos, <strong>de</strong> cantores e compositores,<br />

em especial os <strong>de</strong> música popular brasileira; a preservação do meio ambiente; as diferentes manifestações<br />

culturais brasileiras, entre outros. Uma característica que salta aos olhos nesse tipo <strong>de</strong> publicação é <strong>de</strong> que a informação<br />

veiculada é bastante especializada e específica. Assim, fala-se, por exemplo, sobre as baleias Jubarte que estão em risco<br />

<strong>de</strong> extinção 13 , ou sobre as personagens mitológicas do folclore brasileiro 14 .<br />

Hoje, constatamos que a literatura produzida para crianças e jovens conta com uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

matizes narrativos e com uma imensa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gêneros e temas em suas publicações. Essa riqueza, sem dúvida,<br />

aten<strong>de</strong> às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um público que tem gostos, interesses e <strong>de</strong>mandas diferentes e que precisa ser conquistado<br />

para a leitura da palavra, num mundo <strong>de</strong> predomínio da imagem e do visual.<br />

9 São Paulo: Mercuryo, 2002.<br />

10 6ª ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nórdica, 1988 e 3.a ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: José Olympio, 1994, respectivamente.<br />

11 Ilustrado por Jonathan Lambert e traduzido por José Amaro. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000.<br />

12 Ilustrado por Jonathan Lambert e traduzido por Júlia e Lilia Moritz Schwarcz. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1992.<br />

13 HETZEL, Bia. Rosalina: a pesquisadora <strong>de</strong> homens. Ilustrações <strong>de</strong> Graça Lima. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira, 1994.<br />

14 XAVIER, Marcelo. Mitos. Belo Horizonte: Formato, 1998.<br />

114 Salto para o Futuro

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