16.04.2013 Views

Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola

Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola

Práticas de Leitura e Escrita - TV Escola

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a um “som”, cada “som” a uma “letra”, porque enten<strong>de</strong>u que o princípio geral que regula a escrita é a correspondência<br />

entre “som” e “letra”. Isso significa que ela compreen<strong>de</strong>u a natureza alfabética do sistema <strong>de</strong> escrita.<br />

Conquistado o princípio alfabético, é preciso que o aluno aprenda as regras <strong>de</strong> correspondência entre grafemas<br />

e fonemas na ortografia da Língua Portuguesa. Essas regras <strong>de</strong> correspondência são variadas, ocorrendo relações mais<br />

simples e regulares e outras mais complexas, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da posição do grafema/fonema na palavra (são posicionais),<br />

ou dos grafemas/fonemas que vêm antes ou <strong>de</strong>pois (são contextuais). Na escrita do Português, há pouquíssimos casos<br />

em que há apenas uma correspondência entre um grafema e um fonema. Mas, mesmo assim, há padrões básicos nos<br />

valores atribuídos aos grafemas, há regras que o professor alfabetizador precisa compreen<strong>de</strong>r para saber propor ativida<strong>de</strong>s<br />

a<strong>de</strong>quadas a seus alunos e para interpretar com pertinência as dificulda<strong>de</strong>s que eles apresentam. É importante<br />

que o professor, pela exploração sistemática, contrapondo exemplos a<strong>de</strong>quados, possibilite aos alunos observarem,<br />

analisarem e enten<strong>de</strong>rem as correspondências, que, apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> posição ou <strong>de</strong> contexto, são regulares<br />

e obe<strong>de</strong>cem a padrões apreensíveis. A superação das dificulda<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> advir <strong>de</strong> situações didáticas que permitam aos<br />

alunos enxergar e enten<strong>de</strong>r as regularida<strong>de</strong>s que há por trás das complicações.<br />

No processo <strong>de</strong> aprendizagem, a compreensão das relações alfabéticas e ortográficas po<strong>de</strong> se beneficiar da exploração<br />

<strong>de</strong> relações semânticas e contextuais significativas para as crianças. Elementos do texto, <strong>de</strong> seu suporte e <strong>de</strong> sua esfera<br />

<strong>de</strong> circulação po<strong>de</strong>m ser usados pelos alunos como pistas para inferir palavras que <strong>de</strong>vem ser lidas ou grafias que <strong>de</strong>vem<br />

ser escritas. Há dificulda<strong>de</strong>s ortográficas que po<strong>de</strong>m ser sistematizadas e tornadas mais fáceis para os alunos com a ajuda<br />

<strong>de</strong> conhecimentos da morfologia da língua, por exemplo, as regularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sufixos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinências verbais. Mas há<br />

também, “irregularida<strong>de</strong>s ortográficas” que só serão aprendidas por memorização, sobretudo em função da freqüência<br />

das palavras nos textos escritos que as crianças vão ler e escrever.<br />

Diante da complexida<strong>de</strong> do objeto <strong>de</strong> aprendizagem, é <strong>de</strong> se esperar que algumas dificulda<strong>de</strong>s ortográficas<br />

permaneçam ao longo dos primeiros anos escolares e tenham que ser retomadas. É importante que o professor procure<br />

estudar e ter clareza sobre as particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> problema, para po<strong>de</strong>r conduzir a<strong>de</strong>quadamente<br />

seu trabalho e dimensionar com equilíbrio, suas expectativas.<br />

3. <strong>Leitura</strong>.<br />

A leitura é uma ativida<strong>de</strong> que se realiza individualmente, mas que se insere num contexto social, envolvendo<br />

disposições atitudinais e capacida<strong>de</strong>s que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>codificação do sistema <strong>de</strong> escrita até a compreensão e a<br />

produção <strong>de</strong> sentido para o texto lido. Abrange, pois, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas no processo <strong>de</strong> alfabetização<br />

“stricto sensu” até capacida<strong>de</strong>s que habilitam o aluno à participação ativa nas práticas sociais letradas que contribuem<br />

para o seu letramento.<br />

A compreensão dos textos pela criança é a meta principal do ensino da leitura. Ler com compreensão inclui,<br />

além da compreensão linear, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer inferências. A compreensão linear <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

construir um “fio da meada” que unifica e inter-relaciona os conteúdos lidos, compondo um todo coerente. Por<br />

exemplo, ao acabar <strong>de</strong> ler uma narrativa, ser capaz <strong>de</strong> dizer quem fez o quê, quando, como, on<strong>de</strong> e por quê. Já a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir inferências diz respeito ao “ler nas entrelinhas”, compreen<strong>de</strong>r os subentendidos, os ‘não ditos’,<br />

à realização <strong>de</strong> operações como associar elementos diversos, presentes no texto ou que fazem parte das vivências do<br />

leitor, para compreen<strong>de</strong>r informações ou inter-relações entre informações que não estejam explicitadas no texto.<br />

Como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão não vem automaticamente, nem plenamente <strong>de</strong>senvolvida, precisa ser<br />

exercitada e ampliada em diversas ativida<strong>de</strong>s, que po<strong>de</strong>m ser realizadas antes mesmo que as crianças tenham aprendido<br />

a <strong>de</strong>codificar o sistema <strong>de</strong> escrita. O professor contribui para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa capacida<strong>de</strong> dos alunos quando:<br />

a) lê em voz alta e comenta ou discute com eles os conteúdos e usos dos textos lidos; b) proporciona a eles familiarida<strong>de</strong><br />

com gêneros textuais diversos (histórias, poemas, trovas, canções, parlendas, listas, agendas, propagandas, notícias,<br />

cartazes, receitas culinárias, instruções <strong>de</strong> jogos, regulamentos etc.), lendo para eles em voz alta ou pedindo-lhes leitura<br />

autônoma; c) aborda as características gerais <strong>de</strong>sses gêneros (do que eles costumam tratar, como costumam se organizar,<br />

que recursos lingüísticos costumam usar); e, d) instiga os alunos a prestarem atenção e explicarem os ‘não ditos’ do<br />

texto, a <strong>de</strong>scobrirem e explicarem os porquês, a explicitarem as relações entre o texto e seu título.<br />

Saber reconhecer diferentes gêneros textuais e i<strong>de</strong>ntificar suas características gerais favorece bastante o trabalho <strong>de</strong><br />

compreensão, porque orienta, a<strong>de</strong>quadamente as expectativas do leitor diante do texto. O professor contribui para isso<br />

quando propõe, antes da leitura, perguntas que suscitam a elaboração <strong>de</strong> hipóteses interpretativas, que serão verificadas<br />

(confirmadas ou não) durante e <strong>de</strong>pois da leitura: “<strong>de</strong> que assunto trata esse texto?”, “é uma história?”, “é uma notícia?”, “é<br />

triste?”, “é engraçado?”, “o que vai acontecer?”. Até o leitor iniciante po<strong>de</strong> tentar adivinhar o que o texto diz, pela suposição<br />

<strong>de</strong> que alguma coisa está escrita, pelo conhecimento do seu suporte (livro <strong>de</strong> história, jornal, revista, folheto, quadro <strong>de</strong> avisos<br />

etc.) e <strong>de</strong> seu gênero, pelo conhecimento <strong>de</strong> suas funções (informar, divertir etc.), pelo título, pelas ilustrações.<br />

Outras ativida<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas para <strong>de</strong>senvolver a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão e que po<strong>de</strong>m ter início <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

antes da alfabetização “stricto sensu”, “porque po<strong>de</strong>m ser realizadas a partir da leitura em voz alta feita pelo professor,<br />

são as que levam os alunos a partilhar sua emoção e sua compreensão com os colegas, avaliando e comentando afetivamente<br />

o texto, resumindo-o, explicando-o, fazendo extrapolações (isto é, projetando o sentido do texto para outras<br />

Praticas <strong>de</strong> <strong>Leitura</strong> e <strong>Escrita</strong><br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!