19.04.2013 Views

projetos de rearranjos sociais: escravos, índios e negociantes nos ...

projetos de rearranjos sociais: escravos, índios e negociantes nos ...

projetos de rearranjos sociais: escravos, índios e negociantes nos ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

observam o comércio como o exercício <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r e comprar. As <strong>de</strong>mais segmentações<br />

comerciantes, ao passo que não compreendiam seus papéis <strong>de</strong> intermediários, voltar-se-iam à<br />

intempestiva busca do lucro, <strong>projetos</strong> esses, no entanto, frágeis.<br />

A consolidação <strong>de</strong> <strong>projetos</strong> com auxílio do Estado, a exemplo da implantação <strong>de</strong><br />

manufaturas, teriam <strong>de</strong> ser assumidas pela hierarquia superior da socieda<strong>de</strong> colonial do Brasil,<br />

os <strong>negociantes</strong>, porque, através da rotinas e estruturas socais e econômicas consolidadas, suas<br />

ações não pressuporiam <strong>de</strong>ter-se em objetivos estritos seja do lucro, seja na vinculação à<br />

Coroa apenas como forma <strong>de</strong> proteção monopolistas, a exemplo do que, segundo Silva<br />

Lisboa, objetivavam os comerciantes.<br />

Os homens <strong>de</strong> negócio seriam agentes intermediários entre os grupos que produzem ou<br />

possuem bens, <strong>de</strong> maneira que, consoante imputa função social a este grupo, segundo afirma,<br />

o futuro Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cairu, o valor daqueles em se contentarem com me<strong>nos</strong> benefícios para<br />

que, ao conferirem às classes laboriosas o pertencimento às re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mercados, não observam<br />

as práticas mercantis como trocas encaminhadas pela o gradiente ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> lucros, da<br />

reciprocida<strong>de</strong> entre individualida<strong>de</strong>s.<br />

Os <strong>negociantes</strong> são, Observações sobre o comércio franco do Brasil, superiores aos<br />

comerciantes pois compreen<strong>de</strong>riam que a regularida<strong>de</strong> no trabalho e na competição são<br />

<strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> sabedoria e engajamento em favor da coesão social, esta amealhada pela<br />

conformação dos interesses entre os <strong>de</strong>siguais, os quais se veriam, <strong>de</strong> maneira gradativa,<br />

afasta-se da condição do pauperismo, incitante à acendrar-se querelas na or<strong>de</strong>m monárquica e<br />

econômica.<br />

7.3 Silva Lisboa e os contrabandistas: <strong>projetos</strong> <strong>de</strong> incorporação à or<strong>de</strong>m social<br />

No tocante aos contrabandistas, Silva Lisboa <strong>de</strong>fine-os “especuladores arrojados.” 47<br />

Os contrabandistas afiguram-se, para o autor, como corruptores dos estatutos legislativos, do<br />

crivo dos magistrados, do estímulo a concupiscência oficial – subornando-se os fiscais – e<br />

tendo, apenas, por risco, quando <strong>de</strong> excepcional tomadia, servirem-se <strong>de</strong> seguros, forjados em<br />

cláusulas simuladas, segundo o futuro Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cairu. Os consumidores, então, através<br />

da necessida<strong>de</strong> ou fantasia, o autor tipifica, procurariam a fazenda proibida, cujos valores<br />

venais seriam inseridos dos encargos pelos ricos <strong>de</strong> apreensão aos <strong>de</strong>pósitos simulados. Tem-<br />

se, <strong>nos</strong> escritos <strong>de</strong> Silva Lisboa, a interpretação sistêmica da dinâmica do contrabando e<br />

vislumbra-se a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sanções às práticas, em virtu<strong>de</strong> da punições incidirem, em<br />

47 I<strong>de</strong>m, p. 190.<br />

53

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!