projetos de rearranjos sociais: escravos, índios e negociantes nos ...
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A reabilitação dos escritos <strong>de</strong> Vieira dos Santos no âmbito <strong>de</strong> grupos intelectuais, em<br />
Curitiba, situa-se nas primeiras décadas do século XX, quando da função <strong>de</strong> instituições que<br />
buscariam consolidar sociabilida<strong>de</strong>s locais. Ermelino <strong>de</strong> Leão, <strong>de</strong>ve-se ressaltar, integra a<br />
linhagem da nobiliarquia assim conceituada por Vieira dos Santos. No que concerne à<br />
complexificação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>sociais</strong> cujas permanências da relação, entre os século XIX e XX,<br />
no Paraná, entre economia e cultura, tem no patriarca Agostinho Ermelino <strong>de</strong> Leão, pai do<br />
historiador Ermelino <strong>de</strong> Leão, como fundador e diretor do Museu Paranaense em 1876. As<br />
reproduções <strong>de</strong> grupos intelectuais em Curitiba entre os século XIX e XX, além da fundação<br />
do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico Paranaense em 1900 58 – cujos programas <strong>de</strong><br />
estudos orientar-se-iam pela Historia Magistra Vitae propugnada por Vieira dos Santos e seus<br />
membros arregimentados no âmbito das elites da capital paranaense – propiciam a fundação<br />
da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Letras do Paraná em 1922 e Vieira dos Santos é escolhido o patrono da<br />
Ca<strong>de</strong>ira 1, cujo primeiro ocupante foi o historiador José Francisco da Rocha Pombo (1857-<br />
1933). Ainda, po<strong>de</strong>-se observar membro das linhagens nobiliárquicas <strong>de</strong> Paranaguá presentes<br />
em Vieira dos Santos, Leôncio Correia, o qual, junto a um grupo <strong>de</strong> intelectuais, em 1936,<br />
conferiu novos estatutos àquela instituição, pois havia sido dissolvida no final dos a<strong>nos</strong> 1920.<br />
A memória, portanto, torna-se instrumental possível <strong>de</strong> analisar a reabilitação da obra <strong>de</strong><br />
Vieira dos Santos, pelas quais têm-se da mesma forma possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximar-se – como<br />
fez Vieira dos Santos – as áreas da política. As sociabilida<strong>de</strong>s letradas, portanto, acerca da<br />
análise <strong>de</strong> Vieira dos Santos indicam a reprodução no Paraná – do período imperial à Primeira<br />
República –<strong>de</strong> segmentações hierarquias para além das ativida<strong>de</strong>s capitalistas, mas também na<br />
elaboração dos estatutos e valores culturais daquele espaço.<br />
8.1 Vieira dos Santos: entre circulações e posicionamentos <strong>sociais</strong><br />
“Eu, Antonio Vieira dos Santos, nascido na cida<strong>de</strong> do Porto, na rua <strong>de</strong> Santo Antonio<br />
do Penedo, em sexta-feira, 12 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1784”. Esta <strong>de</strong>scrição integra o livro Memórias<br />
dos acontecimentos mais notáveis da vida do autor, <strong>de</strong> 1850, e para <strong>de</strong>linear a trajetória <strong>de</strong><br />
Santos em Paranaguá através da formação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contatos com a elite local e da maneira<br />
como na sua Memória História <strong>de</strong> Paranaguá forjou alterida<strong>de</strong>s acerca dos <strong>índios</strong>,<br />
naturalizou na <strong>de</strong>scrição memorial a repressão aos <strong>escravos</strong>.<br />
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