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projetos de rearranjos sociais: escravos, índios e negociantes nos ...

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Propugnou, ainda, a existência dos grupos <strong>sociais</strong> ilustres da cida<strong>de</strong>, cuja<br />

preeminência política e econômica o autor constrói na condição da linhagem reproduzida com<br />

marcos inaugurais, amparados estes nas efeméri<strong>de</strong>s institucionais. Para tanto, privilegiou-se<br />

aqui os excertos das Memórias do autor citados por Samuel Guimarães Costa 59 . Viera dos<br />

Santos <strong>de</strong>screveu sua iniciativa <strong>de</strong> transferir-se, no final do século XVIII, para o Brasil.<br />

Permite-se, pois, aproximações com o <strong>de</strong>slocamento realizado por Manoel Antonio Pereira,<br />

vereador e capitão-mor da Vila <strong>de</strong> Paranaguá, conforme as informações presentes no livro <strong>de</strong><br />

Guimarães Costa. Seguem, portanto, trechos autobiográficos os quais se tornarão<br />

possibilida<strong>de</strong>s interpretativas para a temática das estratégias <strong>de</strong> pertencimentos <strong>de</strong> portugueses<br />

na América portuguesa e das maneiras como perpassaram entre os períodos da colônia e <strong>nos</strong><br />

dois reinados do Império brasileiro.<br />

A 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1797, sexta-feira <strong>de</strong> manhã, saí da casa <strong>de</strong> meus pais na cida<strong>de</strong> do Porto e embarquei em um<br />

Bergantim que no dia seguinte saiu barra afora em direção a Lisboa, on<strong>de</strong> cheguei com três dias <strong>de</strong> viagem, a 3º<br />

<strong>de</strong>sse mês. A 7 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1797, segunda-feira, saí da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa com <strong>de</strong>stino ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, que<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> peripécias <strong>de</strong> longa viagem <strong>de</strong> setenta e oito entrou à barra da baía <strong>de</strong> Guanabara, saltando em terra a<br />

23 <strong>de</strong> outubro, uma segunda-feira 60 .<br />

Aos treze a<strong>nos</strong>, <strong>de</strong> acordo com Costa, Vieira dos Santos hospedou-se no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, na Rua do Pescador, na casa <strong>de</strong> Antonio Pereira Cardoso <strong>de</strong> Araújo e empregou-se na<br />

casa <strong>de</strong> vidros <strong>de</strong> André Francisco Barbosa, localizada na Rua do Ouvidor. Em novembro a<br />

Vila <strong>de</strong> Paranaguá e, após onze dias <strong>de</strong> viagem, a 23 <strong>de</strong> novembro saltou em terra. Admitido<br />

como caixeiroajudante <strong>de</strong> Francisco Ferreira <strong>de</strong> Oliveira, estabelecido na Rua do Colégio dos<br />

Jesuítas, exerceu ativida<strong>de</strong>s junto a este negociante durante quinze a<strong>nos</strong>; em 1808 casou-se<br />

com a filha do antigo patrão, Maria Ferreira <strong>de</strong> Oliveira, e adquiriu-lhe o comércio <strong>de</strong> secos e<br />

molhados, on<strong>de</strong> o irmão <strong>de</strong> Vieira dos Santos, João, iniciou-se na li<strong>de</strong> comercial. Guimarães<br />

Costa, citando Francisco Negrão, assevera que Antonio Viera dos Santos viajou, com<br />

obrigações mercantis, entre Cananeia, Curitiba e Salvador. Em Paranaguá exerceu os cargos<br />

<strong>de</strong> almotacé, soldado e alferes da Companhia <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>nanças, tesoureiro <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong>s,<br />

vereador e procurador da Câmara, e na Vila <strong>de</strong> Morretes ocupou a tesouraria da Caixa <strong>de</strong><br />

Contratação da Estrada do Itupava e da Estrada do Arraial. Residiu em Curitiba durante o ano<br />

<strong>de</strong> 1813. Viera dos Santos estabeleceu-se em Morretes, a partir <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1813, on<strong>de</strong> se<br />

voltou à produção e comércio da erva-mate, foi admitido, em 1821, como eleitor <strong>de</strong>sta<br />

59 Costa afirmou terem os escritos epistolares foram entregues por Viera dos Santos a <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>stes resi<strong>de</strong>ntes<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Ver: COSTA, Samuel Guimarães. O último Capitão-Mor (1782-1857). Curitiba : Ed. da<br />

UFPR, 1988, p. 7.<br />

60 I<strong>de</strong>m, p. 4.<br />

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