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Igreja Luterana - nu 1 - 2004<br />

agora que é muito maior. A luz desse conhecimento de Cristo, Paulo<br />

considera todas as outras coisas "refugo" (ARA) ou "lixo" (NTLH).<br />

O termo grego é o~.úpahha, que, em todo o NT, ocorre apenas aqui,<br />

embora apareça nos papiros seculares. Parece sugerir aquilo que é<br />

lançado aos cães.<br />

V.9: Este v. é uma bela exposição da doutrina da justiça da fé (Rm 1.16).<br />

Paulo contrasta o que denomina de "minha justiça" (Rm 10.3) com a<br />

justiça que procede de Deus. Ser justo é uma questão de como a<br />

pessoa é vista, como ela aparece em seu relacionamento com outras<br />

pessoas e, especialmente, diante de Deus. Apesar de muitos intérpre-<br />

tes insistirem, a exemplo do que já era feito no tempo de Lutero, que<br />

justiça é propriamente um atributo de Deus (em nosso tempo, tese de-<br />

fendida por Ernst Kaseniann), este texto deixa claro que se trata de<br />

algo que nos vem de Deus (no grego, I!K 0~03). Uma questão bem<br />

mais complexa é como Cristo entra nisso e qual o papel da fé. O final<br />

do versículo deixa bem claro que essa justiça se baseia sobre a fé. O<br />

que não parece tão claro é o sentido da locução &L& nioz~o~ Xptozoa<br />

(dia pisteos Christou). Literalmente diz: "fé de Cristo". Em geral se<br />

traduz por "fé em Cristo" (ver At 3.16). A discussão toda gira em tomo<br />

do genitivo, que pode ser visto como subjetivo (Jesus é o sujeito de<br />

"pistis") ou como objetivo (Jesus é o objeto de "pistis"). A mesma<br />

discussão surge quando se estuda G1 2.16,20; Rm 3.22. Se Cristo é o<br />

sujeito, então o sentido de "pistis" precisa ser ajustado para algo como<br />

"fidelidade". (O NT muitas vezes fala de Cristo como objeto da fé, ou<br />

seja, pessoas crêem nele; nunca se apresenta Jesus como sujeito da<br />

fé.) Trata-se, então, da justiça que vem de Deus por meio da fidelidade<br />

de Cristo, baseada na fé nele. Nesta leitura, o final do v. ("baseado na<br />

fé") não é redundante, ou seja, o nosso ato de crer aparece apenas no<br />

final. No entanto, se o genitivo for objetivo ("fé em Cristo"), a parte<br />

final do v. é um tanto redundante. Há uma forte tradição interpretativa,<br />

reproduzida nas traduções, favorecendo o genitivo objetivo ("fé em<br />

Cristo"). No entanto, em tempos recentes, exegetas como Richard<br />

Hays e outros reavivaram a tese de que Paulo estaria usando, aqui, um<br />

genitivo subjetivo.<br />

Outro detalhe que tem levantado muita discussão é o que está por<br />

trás da locução que aparece no início do v.9 ("ser achado nele") e que é o<br />

conceito do "estar em Cristo". A questão é: como se relacionam o "estar<br />

em Cristo" (que, em suas diferentes formulações, como "nele", "no Se-<br />

nhor", etc., aparece mais de 160 vezes nas cartas de Paulo) e a doutrina da<br />

justificação (que aparece com destaque em G1 e Rin e aqui em Fp 3). Há<br />

quem, na esteira de Albert Schweitzer, argumente que o "estar em Cristo" é

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