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Igreja Luterana - no 1 - 2004<br />
Anunciar o evangelho é, portanto, trazer para o ser humano aquilo<br />
que o salva. Não pregamos o evangelho para apresentar uma cartilha que<br />
ensina a alguém a ser mais santo, a ter melhor relacionamento com os pais,<br />
filhos, cônjuges, vizinhos. Tudo isso se inclui nos efeitos secundários do anún-<br />
cio do evangelho, porque o efeito principal é tirar da condenação, resgatar<br />
de debaixo do poder do diabo, do pecado e da morte e colocar na bem-<br />
aventurada comunhão com o Criador e Senhor. Que se repita sempre: o<br />
evangelho salva, salva, salva ... !<br />
Interessante destacar o seguinte: os coríntios não haviam abandona-<br />
do o evangelho, pelo contrário, estavam firmes nele. Mesmo assim, o após-<br />
tolo o estava tornando conhecido a eles. Fica, portanto, sem força a alega-<br />
ção de alguns de que já ouviram demais o evangelho e, por isso, já sabem<br />
tudo o que será dito. Nada mais desprovido de fundamento do que tal pre-<br />
sunção! Afinal, o evangelho não narra sobre o poder de Deus, porém ele é<br />
poder. Ao anunciá-lo, o pregador não está apenas contando algo sobre o<br />
poder de Deus, contudo muito mais do que isso: está trazendo aos ouvintes<br />
o poder divino presente naquilo que o Senhor escolheu como depositário do<br />
seu poder, ou seja, o evangelho de Jesus Cristo. Confiante nesta verdade, o<br />
pregador anuncia o evangelho e o faz com oração ao Senhor para que sua<br />
ação aconteça pelo poder da mensagem.<br />
O conteúdo do evangelho<br />
Paulo havia entregue aos coríntios o evangelho. Dentro do texto da<br />
perícope ele descreve o conteúdo do evangelho. Qual é? É Cristo e sua<br />
obra. Dois aspectos de sua obra ganham destaque: que Cristo morreu pelos<br />
nossos pecados, segundo as Escrituras (v. 3) e ressuscitou ao terceiro dia,<br />
segundo as Escrituras. A morte de Jesus foi a culminância de sua obra<br />
vicária, porém sua ressurreição proclama ser ele o Filho de Deus e garante<br />
para a humanidade o valor e a eficácia de sua obra. O texto do evangelho<br />
para o dia, Lc 7.11-16, também destaca o poder de Cristo sobre a morte,<br />
narrando a ressurreição do filho da viúva de Naim, operada por Jesus.<br />
O Cristo morto e ressuscitado foi trazido por Paulo aos coríntios. Pela fé no<br />
Cristo, os coríntios herdaram a salvação. Para quem confia no Cristo do evange-<br />
lho, o Senhor é poder para salvar. O evangelho não tem propriamente a missão de<br />
falar a respeito de Jesus. Há tantas e tantas obras literárias que se preocupam<br />
com isso. O evangelho é a presença do próprio Cristo, por isso que ele salva.<br />
Para a morte e ressurreição de Jesus há o testemunho das Escritu-<br />
ras, o que, por si só, seria suficiente para provar a veracidade daqueles<br />
fatos. Paulo, entretanto, acrescenta-lhe outro elemento: o Cristo ressuscita-<br />
do foi visto após sua ressurreição. Ele vive e, porque vive, salva!