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Igreja Luterana - no 1 - 2004<br />
estão livres para se governarem a si mesmas, mas entram numa organização<br />
sinodal tal como a existente entre nós com a ajuda de Deus, para desfrutar<br />
de conferência fraternal, supervisão, e ajuda para difundir o reino de Deus<br />
conjuntamente e para possibilitar e atingir os alvos da igreja em geral" (p.9).<br />
Segundo o entendimento daquele Pai da igreja, a convivência Sínodot<br />
congregações não se alimenta de outro espírito, a não ser o da busca da<br />
expansão do reino de Deus. Sínodo e congregações buscam a mesma coisa;<br />
isto é importante! Para tanto haverá esforço comum ao redor do mesmo<br />
objetivo. Não são forças que puxam em direções opostas. Na visão de<br />
Walther, quanto mais as congregações perceberem que o Sínodo não deseja<br />
empregar nenhum outro poder sobre elas além do da Palavra, tanto mais o<br />
coilselho sinodal encontrará porta aberta entre elas. "Na verdade, aquelas<br />
que não amam a Palavra se separarão de nós, mas para as que a amam<br />
nossa comunhão será um confortável refúgio; e se elas adotarem nossas<br />
resoluções, elas não as considerarão como uma carga estranha imposta<br />
sobre elas de fora, mas como um benefício e um dom de amor fraternal, e<br />
elas irão apoiá-las, defendê-las, e preservá-las como sendo suas próprias"<br />
(P 11).<br />
Sínodo e congregações são membros diferentes do mesmo corpo,<br />
ligados a mesma cabeça. Como tal, são conduzidos pela mesma cabeça.<br />
Algo de estranho, portanto, está acontecendo quando parece que a mesma<br />
cabeça conduz o Sínodo para um lado e congregações para outro. Isso não<br />
é apenas estranho, porém impossível! É sinal de que alguém (ou até mesmo<br />
os dois lados) ultrapassou os limites da autonomia conferida pela Palavra.<br />
Ou, em outras palavras, está havendo insubmissão ao poder da Palavra.<br />
Membros que se julgam "independentes" estarão pretendendo fazer o que<br />
bem desejam. Como repercutirá tal atitude dentro do corpo? Nesse caso, a<br />
convivência deixará de ser fraternal e se transformará em disputa, em<br />
rejeição da condução por parte da cabeça. Há que acontecer a volta para o<br />
poder da Palavra. Felizmente, o convite para voltar está sempre colocado<br />
diante de nós, pois a cabeça é o Cristo perdoador. Seu amor não apenas<br />
convida para o retorno; ele também reúne em si o poder para nos levar de<br />
volta. Quando isso acontece, são os membros do corpo retomando a condução<br />
da cabeça, razão da existência como igreja, fonte de liberdade, garantia de<br />
vida.<br />
Apenas uma autonomia mal compreendida suscitará ímpetos para<br />
ações excludentes, julgadas "independentes". Sob a condução da cabeça,<br />
Cristo, Sínodo e congregações agirão em apoio mútuo, numa convivência<br />
saudável dentro do corpo, na busca dos objetivos do corpo. Sublinho o agir<br />
em apoio mútuo, pois o vejo como fundamental e indispensável tanto nas<br />
reconhecidas grandes coisas, como também, por vezes, por que não, nas