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Igreja Luterana - no 1 - 2004<br />
Deus para com o homem caído em pecado. A razão humana é uma luz na<br />
esfera da natureza, mas é treva densa na esfera da salvação por graça.<br />
A Escritura tem um propósito claro: revelar a misericórdia de Deus<br />
em Cristo, como único caminho para o céu, a vida eterna. Na Bíblia temos<br />
mais que história, ciência natural e preceitos. Ela foi escrita "para que a<br />
vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus" (1<br />
Coríntios 2.5). Jesus afirma aos fariseus: "Examinais as Escrituras, porque<br />
julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim"<br />
(João 5.39). Daí a importância que damos a uma tradução, o quanto mais<br />
exata possível, pois cremos na inspiração verbal da E~critura.~<br />
E mais. Isto pode até parecer corriqueiro. No momento em que, como<br />
pastores, nos descuidarmos de nosso estudo particular da Escritura e das<br />
Confissões, bem como dos livros dogmáticos, isso se constitui no primeiro<br />
passo para a derrota no ministério. Quando não temos mais tempo para<br />
estudo e oração e só o fazemos profissionalmente, estamos derrotados.<br />
Por essa razão, a correta atitude diante da Escritura Sagrada e o<br />
apego a ela determinarão como o pastor executará o seu ofício pastoral. A<br />
Escritura não exerce somente uma influência benéfica sobre nós, mas ela<br />
determina, isto é, molda nosso caráter. Enquanto o pastor estiver corretamente<br />
posicionado em relação a Escritura, ele executará bem o seu ofício. O Prof.<br />
Dr. F. Photenhauer3 desenvolveu oito teses nesse sentido, nas quais afirma<br />
em resumo o seguinte: 1) O pastor deverá estudar diligentemente a Escritura,<br />
pois se negligenciar este estudo será infiel e fracassará no ministério; 2) A<br />
Escritura será seu único guia em coisas espirituais, pois nessas coisas a<br />
razão humana é cega; 3) Suas pregações consistirão em expor fiel e<br />
cuidadosamente a Escritura, para poder dizer: Assim diz o Senhor; 4) Firmado<br />
na Escritura, não firmará compromissos com a ciência elou falsos profetas,<br />
e distinguirá entre doutrinas fundamentais e não-fundamentais; 5) Pregará<br />
lei e evangelho sem separá-los, todavia fará clara distinção entre eles, pois<br />
confusão entre ambos rouba a certeza da salvação; 6) Lembrará que a<br />
' Tradução EquivalEncia Formal: traduz cada palavra do original, seu estilo gramatical c sua forma<br />
lingüística com cuidado c importância, como por cxcmplo a nossa Almcida. Equivalencia<br />
Dinâmica: Capta o scntido c o reproduz na linguagem do leitor. Não scguc os paralelos lingüisticos<br />
do texto original, ncm sua estrutura gramatical, nem as cxprcssõcs idiomáticas ou tkcnicas,<br />
reproduz numa linguagem contcmporânca. Excmplos: Nova Bíblia na Linguagcm dc Hoje,<br />
Nova Versão Internacional (NIV). Para nós quc cremos na inspiração verbal, Icvanta-sc a<br />
pergunta: Temos o direito dc buscar uma tradução dinâmica? Minha posição 6: Não! Nossa<br />
igreja precisa posicionar-se a cssc rcspeito. A tradução dinâmica pode scrvir para uma Icitura<br />
paralela, ou digamos, uma Icitura inicial, na missão, como se li. uma história bíblica. Mas não<br />
serve para o púlpito, para os livros didáticos, para um dcbatc sobrc doutrina.<br />
' Concordia Thcological Monthly, ano X, p. 90-95.