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Igreja Luterana - no l - 2004<br />
O segundo inomcnto, trazido a tona com Perelman, diz quc c nccessário<br />
a linbuagem natural, que é constituída da ambiguidade dos termos, do cquívoco<br />
das palavras, da pluralidadc dos scntidos e das lcituras interpretativas.<br />
Pcrclrnan revoluciona na questão da linguagcm matcinática versus a<br />
linguagcm natural dizcndo que todo discurso tcrn um contcxto c um auditório<br />
para o qual c produzido, onde a rclação cntrc auditório c o cnunciador é dita<br />
como Rctórica, já que a rclação de adaptação do auditório é uina condição<br />
para a pcrsuasão.<br />
A mudança proposta por Pcrclman na sua tcoria da argumcntação<br />
cstuda as técnicas discursivas que provocam a adesão do público as teses<br />
que se apresentam ao scu ei~tendirnento. Estuda as condições que possibilitam<br />
a argumentação e os efeitos causados por esta, pois uma argumentação<br />
pennite várias conclusões, escoll~as, rccusa de valorcs, trazcndo assim um<br />
dcbate interminável. Mas, scgundo Perelman, a qualidade da argumentação<br />
e o cfcito que produz depcndcm da qualidade do auditório que se consegue<br />
conquistar. Para pcrsuadir o auditório é ncccssário conhecê-lo, assim como<br />
as tescs quc admite para quc scja possívcl sc clicgar a argumentação.<br />
Perelman rcssalta que se corrc um grandc risco vincular uma argumentavão<br />
a premissas onde a adesão é uma mcra fachada, por isso o verossímil é<br />
importante.<br />
Perelman interessou-se em criar com a Nova Rctórica uina lógica<br />
dos juízos de valor, que pudesse fomcccr critérios objetivos e universais<br />
para a constituição de valorcs, ncgando a possibilidadc de uma solução<br />
racional para todos os problcmas quc cnvolvesscm o juízo dc valor. Pcsquisa<br />
em torno da rctórica, como forma de discutir c chegar a um acordo sobre os<br />
valorcs, sem descartar a razão c transccndendo a lógica formal.<br />
Na prática, obscrvamos que mesmo havcndo urna predominância da<br />
tcrccira pessoa, já quc o auditório assume papel fundamental na análise<br />
retórica, a primcira pessoa do singular sc faz prcsentc, cspccialn~cntc no<br />
quc diz rcspeito a crcdibilidadc do autor que argumenta. Outra interação<br />
perccptívcl C a primeira pessoa do plural, aproximando o orador do público<br />
alvo (lembramos aqui do "nós" apostólico, ondc sc caracteriza uma rclação<br />
fraternal). O importante não é somentc o logo,~, o raciocínio, mas o ethos<br />
(credibilidade) e o patho.~ (a rcsposta dos ouvintes).<br />
CONTEXTO<br />
RET~RICO DOS SERMÕES DE INVOCAVIT<br />
Primeiramente, precisamos relembrar alguns acontccimcntos<br />
irnportantes que culminaram com os scrmõcs. Rclembrar o quc acontcccu<br />
com Lutero e seus amigos c inimigos até o ano dc 1521. Dcpois, cntcndcr